Segundo pesquisadores, expansão da espécie poderá aumentar ainda mais os níveis de gases do efeito estufa
Fabio Previdelli Publicado em 18/05/2020, às 14h30
Um novo estudo realizado por pesquisadores dinamarqueses sobre os efeitos dos gases liberados nas fezes de pinguins resultou em uma descoberta inesperada: ele está fazendo os pesquisadores ficarem “alegres”.
Tudo porque, segundo o artigo publicado no Science Alert, as fezes — e/ou o guano —produzido pela espécie de pinguins-rei na Antártica emitem tanto óxido nitroso que afeta o estado mental dos pesquisadores que passam muito tempo em contato com o material.
O óxido nitroso, ou N₂O, é um composto químico incolor e inodoro que é comumente chamado de “gás hilariante” devido aos efeitos colaterais eufóricos que causam nos seres humanos. O composto foi usado a primeira vez como agente anestésico em meados da década de 1880, e desde então continua sendo utilizado para fins sedativos por profissionais médicos.
O novo estudo relatou que esse composto é encontrado com abundância nas fezes da espécie. "O guano do pinguim produz níveis significativamente altos de óxido nitroso em torno de suas colônias", disse Bo Elberling, do Departamento de Geociências e Gerenciamento de Recursos Naturais da Universidade de Copenhague e co-autor do estudo.
Pesquisadores enviados à Antártica para estudar os pinguins-rei em seu habitat natural na ilha do sul da Geórgia passam horas durante suas pesquisas de observação sobre os animais. É aí que as coisas ficam subitamente fora de controle. “Depois de bisbilhotar em guano por várias horas, a pessoa fica completamente ‘doida’. A pessoa começa a sentir-se doente e com dor de cabeça”, explicou Elberling sobre os efeitos colaterais da exposição.
Além de enlouquecer os cientistas, o óxido nitroso também tem um enorme efeito no meio ambiente — sendo 300 vezes mais potente em poluir o ar do que o dióxido de carbono. Além do mais, poucas pesquisas anteriores ligavam os efeitos do derretimento das geleiras com o surgimento de novos territórios terrestres que são fertilizados pelas fezes de espécies da vida selvagem. No entanto, é possível que animais como pinguins contribuam para o aumento de gases de efeito estufa.
Os resultados indicam que, se a colônia continuar a se expandir para novos territórios sem gelo causados pelo derretimento das geleiras, isso poderá aumentar ainda mais os níveis de gases do efeito estufa.
Obviamente, a quantidade de óxido nitroso emitida pelo cocô de pinguim não é comparável aos níveis de óxido nitroso causados pela atividade humana. Pesquisas anteriores estabeleceram um rápido aumento nos níveis de óxido nitroso do ar nas últimas décadas, devido ao crescente uso de fertilizantes nitrogenados em nossa agricultura e à queima de combustíveis fósseis.
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