Nikolai Nerling apagando pichação antinazi em SC - Divulgação/ Arquivo Pessoal
Nazismo

Condenado por negar o Holocausto, alemão apaga pichação antinazi em SC

Para fugir de prisão na Alemanha, Nikolai Nerling está visitando o Brasil

Fabio Previdelli Publicado em 09/02/2022, às 14h09

Em novembro do ano passado, o influenciador digital alemão Nikolai Nerling, aliado à extrema-direita, chegou ao Brasil como turista. Condenado em seu país de origem pelo crime de negação do Holocausto, ele passou a disseminar ideais antissemitas pelo território tupiniquim. 

Em uma de suas filmagens, supostamente feita na cidade catarinense de Pomerode, Nerling aparece apagando uma pichação com as letras “FCK NZS” (sigla para“Fuck Nazis”, ou “fodam-se os Nazistas” em tradução livre).

Na escrita, o alemão aparece colando um adesivo sobre as letras “FCK” com a palavra alemã “Wohlan”, o que alteraria a frase para algo como “Muito bem, nazis!” ou “Vamos, nazis”.

Na véspera do Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, celebrado anualmente em 27 de janeiro, Nikolai publicou um vídeo afirmando que “a história do Holocausto é a história das mentiras”

As palavras ‘Holocausto’ e ‘Shoah’ [em hebraico] são palavras que nos ensinam aos alemães a ter medo”, diz em outro trecho. 

Segundo matéria publicada pelo O Globo, as gravações foram mostradas ao diretor da Confederação Israelita no Brasil (Conib), o advogado Octávio Aronis. "Se for provado que esse vídeo foi produzido no Brasil, acredito que ele cometeu um crime de ódio aqui no país, e há possibilidade de que entremos em contato com as autoridades para apurar um possível crime".

No Brasil, o extremista mostra em vídeos que já visitou diversas cidades, principalmente as do Sul do país, que possuem diversas colônias de descendentes alemães. Usando roupas tradicionais germânicas, Nerling mostrou querer aprender sobre a vida e culturas dos descendentes de alemães que vivem por aqui.

Em entrevista ao jornal carioca, ele diz que a cultura alemã está ameaçada no Brasil, e que se dispõe a trabalhar como professor de alemão em escolas da região para dar “sua contribuição ao povo alemão”. 

Nikolai ainda diz ter medo de ser preso caso tenha que voltar à Alemanha. Perto de ter seu visto expirado, o alemão diz que vai esperar no Brasil para ver “como as coisas se desenvolvem por lá”.

Em fevereiro de 2018, Nikolai Nerling foi condenado por negar publicamente o Holocausto enquanto estava no memorial do campo de concentração de Dachau. Após entrar com recurso, o Tribunal Regional de Munique negou o pedido e estabeleceu uma multa de 6 mil euros.

A condenação tornou-se definitiva em dezembro de 2021, quando ele já estava no Brasil. O Ministério Público alemão ainda possui outros processos abertos contra o sujeito.

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