Foto de Donald Trump - Getty Images
Estados Unidos

Contrariando decisão do Congresso, Trump não reconhece matança de armênios como genocídio

O presidente americano descreveu o episódio como "uma das piores atrocidades em massa do século XX". Entretanto, não usou a palavra genocídio

Fabio Previdelli Publicado em 18/12/2019, às 12h31

Contrariando uma resolução unânime aprovada pelo Congresso americano na semana passada, o governo de Donald Trump informou ontem, terça-feira,17, que não considera a matança de mais de 1 milhão de armênios — entre 1915 e 1917 — como um ato genocida. A medida busca acalmar os ânimos da Turquia, estado sucessor do Império Otomano (que foi o responsável pelas mortes), que ficaram incomodados com a decisão dos senadores.

"A posição do governo não mudou [após a votação no Congresso]”, declarou em breve comunicado a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus. "Nossas opiniões estão refletidas na declaração final do presidente sobre esta questão em abril passado”.

No comunicado em questão, que marcava o aniversário dos assassinatos em massa, Donald Trump declarou que os Estados Unidos homenagearam as vítimas de "uma das piores atrocidades em massa do século 20". Entretanto, não usou a palavra genocídio.

Em vez disso, Trump sugeriu que armênios e turcos buscassem “reconhecer e aceitas sua dolorosa história”.

O que dizem os governos dos dois países?

Segundo os armênios, cerca de 1.5 milhão de pessoas foram mortas em decorrência de um esforço para acabar com a etnia cristã nos últimos dias do Império Otomano. Em contraponto, o governo turco admite que pessoas morreram, mas em uma proporção muito menor, aproximadamente 300 mil. Além do mais, eles rejeitam o termo de genocídio e alegam que turcos também vieram a óbito em uma ‘luta’ que fez parte da Primeira Guerra Mundial.

A Associação Internacional dos Estudiosos de Genocídio (IAGS), acredita que o saldo de mortes seja mais do que 1 milhão de pessoas. A entidade chegou a enviar uma carta ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan em 2005. Nela, foi destacado “que não apenas os armênios dizem que o genocídio armênio ocorreu, mas a esmagadora maioria dos pesquisadores que estuda genocídio".


+ Para saber mais sobre o assunto: 

1. Genocídio, Samantha Power (2004) - https://amzn.to/2BUSAHA

2. Uma Temporada de Facões, Jean Hatzfeld (2005) - https://amzn.to/2WtBt9C

3. Rusia, 1917: El sueño roto de "un mundo nunca visto", Marta Carletti, Adriano Dell`Asta, Giovanna Parravicini (e-book) - https://amzn.to/2PHnyvh

4. Primeiro mataram meu pai, Loung Ung (e-book) - https://amzn.to/32WyUz4

5. The Khmer Empire: The History and Legacy of One of Southeast Asia’s Most Influential Empires, Charles River Editors (e-book) - https://amzn.to/34dP877

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Donald Trump Estados Unidos Donald Trump Turquia Política declaração Relações Internacionais Genocídio Armênio armênia

Leia também

Ministério da Cultura lançará streaming gratuito com filmes nacionais


Migrantes cubanos são resgatados com vida após 2 meses em jangada


Na Irlanda, professora encontra pedra com escritos de 1.600 mil anos em jardim


Filho de Rita Lee posta homenagem para mãe após um ano de morte: ‘Te amo’


Vulcão entra em erupção na Indonésia e provoca alerta


Avião faz 'pouso de barriga' após falha no sistema de trem de pouso em Istambul