Por meio de análises de DNA, uma equipe de pesquisadores foi capaz de estabelecer ligações entre os crânios e pessoas vivas
Giovanna Gomes Publicado em 25/10/2023, às 11h30
O DNA de crânios roubados há um século na Tanzânia foi analisado recentemente e comparado com parentes vivos no país. Os restos mortais faziam parte de uma coleção de cerca de 7.700 crânios alojados no hospital Charité, em Berlim, coletados entre 1890 e 1914.
Joe Chialo, senador de Berlim para a cultura e coesão social, declarou em um comunicado: "Os ossos humanos em questão foram roubados durante o período colonial na ex-colônia da África Oriental Alemã e armazenados de maneira vergonhosa em coleções alemãs por décadas".
De acordo com o portal Live Science, a pesquisa revelou que 904 crânios eram provenientes de Ruanda, 197 da Tanzânia e 27 do Quênia. Além disso, os pesquisadores também conseguiram ligar geneticamente três crânios a pessoas vivas hoje, marcando a primeira vez que a análise de DNA estabeleceu relações claras entre os restos mortais da coleção e pessoas vivas.
A equipe constatou que um desses crânios provavelmente pertenceu ao avô de um homem que ainda está vivo. Ele tinha a designação "Akida," um termo utilizado para descrever um oficial africano nomeado pela Alemanha.
Isso sugere que o crânio pode ter pertencido a um conselheiro de alto escalão de Mangi Meli, um líder do povo Chagga na atual Tanzânia que resistiu à ocupação colonial alemã e foi executado em 1900, conforme relatado pela Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano. Além disso, dois outros crânios também podem estar ligados à comunidade Chagga, dos quais os pesquisadores coletaram amostras de DNA.
Os cientistas agora estão trabalhando para devolver os restos mortais às suas famílias na Tanzânia, enquanto continuam a pesquisa sobre os demais ossos da coleção.
+ Confira aqui o comunicado completo acerca da descoberta.
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