Estrago feito pela Guerra Civil Espanhola - Wikimedia Commons
Espanha

Em vala comum, são encontrados dez esqueletos de mulheres vítimas da Guerra Civil Espanhola

Mesmo após 81 anos do fim do conflito, corpos de pessoas executadas e depositadas em sepulturas sem identificação ainda estão sendo descobertos

Alana Sousa Publicado em 17/12/2020, às 12h00

No cemitério em Farasdues, Aragão, norte da Espanha, arqueólogos descobriram dez esqueletos de mulheres que foram mortas durante os primeiros dias da Guerra Civil Espanhola, que aconteceu entre 1936 e 1939. A informação foi divulgada pelo jornal inglês Gulf Today.

Os pesquisadores acreditam que as vítimas tenham morrido na mão do pelotão de fuzilamento após serem retiradas de suas casas, na aldeia de Uncastillo. Os especialistas concluíram, após examinar os cadáveres, que é muito provável que elas tenham sido executadas no dia 31 de agosto de 1936 — pouco depois do início do conflito que começou em julho.

“Por que eles a mataram? Porque eles não conseguiram encontrar meu tio? Porque ela sabia ler e escrever? Porque ela votou na república?... Não sei... Nada do que fizeram faz sentido”, disse em entrevista Mari Carmen Rios, avó de uma das mulheres cujo corpo foi encontrado.

A descoberta só foi possível após um projeto de lei do governo que financiará escavações em valas comuns em busca de corpos de desaparecidos. Ainda no cemitério de Farasdues, foi localizada uma sepultura contendo os restos mortais de sete homens, análises futuras poderão dar detalhes sobre essas vítimas.

Sobre a Guerra Civil Espanhola

O conflito, que teve início em julho de 1936 e acabou em abril de 1939, deixou pelo menos 500 mil mortos e, de acordo com documentos, ainda existem 100 mil pessoas desaparecidas, vítimas de fuzilamentos que tiveram seus corpos depositados em valas comuns até hoje perdidas.

A guerra dividiu republicanos, que apoiavam o comunismo e ideologia da esquerda, e os nacionalistas que, por sua vez, apoiavam o nazifascismo e pautas da direita. O lado vencedor foi o nacionalista, com o líder, o general Francisco Franco, assumindo o poder no país, instalando mais de três décadas de terror e ditadura na Espanha, que só teve fim em 1975.

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