Representações expostas no Museu Metropolitano de Arte, em Nova York - Wikimedia Commons
Egito

Escribas sofriam com lesões causadas por má postura no Egito Antigo

Novo estudo constatou lesões em ossadas de escribas que viveram entre 2.700 e 2.180 a.C., encontradas na necrópole de Abusir

Giovanna Gomes Publicado em 28/06/2024, às 10h18

Um novo estudo feito por arqueólogos da República Tcheca e publicado na revista Scientific Reports revela as marcas profundas do trabalho insalubre nos esqueletos de escribas do Egito Antigo. Os pesquisadores analisaram 69 restos mortais de egípcios enterrados na necrópole de Abusir, que viveram entre 2.700 e 2.180 a.C., época coincidente com a construção das pirâmides.

Desses esqueletos, 30 pertenciam comprovadamente a escribas. Os arqueólogos afirmam que poderiam identificar quem ocupava essa função apenas analisando as ossadas, devido às marcas de trabalho visíveis. As principais lesões apareceram nas juntas, especialmente na cintura, mandíbulas e dedão.

Status

Ser escriba no Egito Antigo era uma posição de alto status social, refletida nos materiais e locais de sepultamento. Apenas 1% da população sabia ler e escrever, uma habilidade valorizada na civilização egípcia. Jovens começavam na função na adolescência e permaneciam por décadas, mas o prestígio não diminuía o desgaste físico.

Escribas frequentemente trabalhavam sentados com as pernas cruzadas ou agachados em uma perna, posições que causavam danos à espinha dorsal. Além disso, costumavam mastigar ou segurar ferramentas de escrita com a boca, prejudicando o maxilar. As lesões encontradas incluíam osteoartrite nas juntas entre a mandíbula e o crânio, clavícula, ombro, dedão, joelho e espinha, especialmente no pescoço.

+ Confira aqui o estudo completo.

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