De acordo com os pesquisadores da Universidade Macquaire, as mumificações não ocorriam de forma natural por meio do clima seco e da areia
Nicoli Raveli Publicado em 05/05/2020, às 16h00 - Atualizado às 17h00
A Múmia de Turim, ou Fred, é conhecida como o mais antigo embalsamento já encontrado no século 20. Segundo os arqueólogos italianos, ela tem cerca de 5.600 anos. Todavia, o achado – que está localizado no museu Egípcio de Turim, na Itália – gerou muitos questionamentos sobre sua técnica de mumificação.
Devido a um estudo recente de múmias pré-históricas egípcias, o que se acreditava fazer parte de um processo natural, na verdade, faz parte de um alto planejamento, já que os pesquisadores da Universidade Macquaire conseguiram até mesmo nomear os ingredientes que foram utilizados no procedimento.
De acordo com a egiptóloga Jana Jones e sua equipe, a mistura conta com como óleos vegetais, chicletes ou açúcares, resina de conífera e extratos de plantas aromáticas. Ademais, acredita-se que o material tenha sido utilizado por povos posteriores durante o embalsamento de nobres falecidos.
Dessa maneira, foi possível chegar a conclusão de que os egípcios dispunham de certas técnicas durante esse procedimento, e que a mumificação não ocorria de forma natural por meio do clima seco e da areia.
Para o arqueólogo Start Tyson Smith, que não participou do estudo, é realmente interessante ver essas conexões. “Isso dá uma bela peça do quebra-cabeça que não tínhamos antes”, completou.
Ao estudar a pasta marrom, os egiptólogos descobriram que ela funcionava como um creme ultravioleta. Com o passar do tempo, o embalsamento ganhou força e apresentava cada vez mais rituais, fazendo com que houvesse até mesmo o dessecamento dos corpos com o uso de sal natron.
“Alguns desses ingredientes podem muito bem ter tido um significado simbólico inicialmente, mas eles perceberam que tinham um benefício preservativo”, alegou o Dr. Stephen Buckley, especialista em arqueologia e mumificação da Universidade de York.
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