Jeanine Áñez, ex-presidente da Bolívia à esquerda, e Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil, à direita - Getty Images
Bolívia

Ex-presidente da Bolívia afirma inocência e recusa proposta de Bolsonaro

Jeanine Áñez foi acusada de golpe de Estado após eleições de 2019

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/06/2022, às 11h12

Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil, enfureceu o governo boliviano após oferecer asilo a Jeanine Áñez, ex-presidente da Bolívia, do último domingo, 26. Áñez foi condenada, no início do mês, há 10 anos de prisão por assumir o cargo da presidência indevidamente, após renúncia de Evo Morales, acusado de fraude nas eleições de 2019.

Segundo membros do governo boliviano, a renúncia do então presidente Evo Morales, em 2019, consistiu em um golpe de Estado complexamente arquitetado e com cumplicidade de agentes externos ao país.

Da suposta conspiração, de acordo com os aliados de Morales, teriam participado o Brasil, o Equador, a União Europeia e os Estados Unidos, de acordo com o portal de notícias da UOL.

Evo Morales, presidente boliviano que renunciou após acusação de fraude / Getty Images

 

A ex-chefe de estado, por sua vez, afirma em suas redes sociais — administradas por seus parentes desde a prisão — que sequer conhece Jair Bolsonaro pessoalmente, apesar de o presidente brasileiro garantir que já esteve com ela em uma situação. "Estive uma vez com ela apenas. Achei uma pessoa bastante simpática, uma mulher, acima de tudo", declarou.

#JeanineAñez agradece a @jairbolsonaro , a quien no conoce en persona, por su repudio a los abusos cometidos contra la ex Presidenta de Bolivia.
Ella es inocente y no se fue ni se irá del país.
Exige Juicio de Responsabilidades por Verdad y Justicia.https://t.co/X68a1c8aZ6

— Jeanine Añez Chavez (@JeanineAnez) June 27, 2022

No entanto, o governo boliviano reforça que a oferta de asilo à Jeanine Áñez é "absolutamente impertinente", e ainda acrescenta que a ideia reforça a acusação de que o presidente teria sido cúmplica do 'golpe de Estado' que teria levado Áñez ao poder em 2019. 

O Brasil está botando em prática a questão de relações internacionais, de direitos humanos, para ver se traz a Jeanine Áñez e oferece para ela o abrigo aqui no Brasil. É uma injustiça com uma mulher presa na Bolívia", disse o presidente brasileiro em entrevista ao programa '4 x 4', transmitido na internet. "Faremos tudo o que for possível. Está presa injustamente"

Questões diplomáticas

Estamos vendo, aos poucos, como todo o plano de um golpe de Estado fica visível", disse Freddy Mamani, presidente da Câmara de Deputados da Bolívia, sobre a proposta de Bolsonaro à Áñez. "a proposta de Bolsonaro confirma a sua cumplicidade no golpe de Estado de 2019. [...] Sabíamos que esse golpe não era só interno, mas também externo."

Rogelio Mayta, atual Ministro de Relações Exteriores da Bolívia, ainda acrescentou que o governo da Bolívia iniciará um processo contra o Brasil: "Já trabalhamos nessa queixa. Vamos cumprir com as regras do relacionamento internacional e, nesse caso, o correto é fazermos uma reclamação diplomática."

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