Bruno Dey (com a pasta vermelha) em seu julgamento ao lado do advogado - Divulgação/Youtube/Time
Segunda Guerra

Ex-soldado da SS pede perdão por crimes cometidos no Holocausto

Aos 93 anos, Bruno Dey afirmou que o período foi um "inferno" e que "algo semelhante nunca deve acontecer novamente"

Pamela Malva Publicado em 21/07/2020, às 12h14

Nos últimos anos, a Alemanha tem feito esforços para julgar e condenar diversos ex-soldados da SS, responsáveis por múltiplos crimes durante a Segunda Guerra. Agora, Bruno Dey, um ex-guarda acusado, pediu desculpas pelas atrocidades cometidas na época contra as vítimas do Holocausto.

Na segunda feira, 20, aos 93 anos, o ex-soldado se posicionou sobre o período, poucos dias antes da definição de sua sentença, prevista para o final da semana. "Hoje, gostaria de me desculpar diante daqueles que sofreram esse inferno", afirmou, após negar sua culpa pelos crimes cometidos na época.

Durante o conflito, o ex-guarda serviu no campo de concentração de Stutthof, no norte da Polônia. Ele tinha entre 17 e 18 anos e, julgado pelo tribunal de menores, é acusado como cúmplice no assassinato de 5.230 pessoas, entre agosto de 1944 e abril de 1945.

O campo de concentração nazista de Stutthof, na Polônia / Crédito: Divulgação / Museu Stutthof

 

"Algo semelhante nunca deve acontecer novamente", afirmou Bruno, que deve receber sua sentença na quinta-feira, 23. "Gostaria de reiterar que nunca fui voluntário para me alistar nas SS (...) ou em um campo de concentração", ele lembrou, segundo a AFP.

Para Stefan Waterkamp, o advogado de Bruno, o fato de "ser destinado a um campo de concentração não ser considerado um crime na época" deve ser levado em consideração. Assim, ele espera que a acusação seja anulada ou, no pior dos casos, que o tribunal decida por uma punição com suspensão da pena de prisão.

Inicialmente destinado a presos políticos poloneses, o campo de Stutthof foi o primeiro construído fora da Alemanha, em 1939. Durante o conflito, ele recebeu mais de 115 mil deportado, a grande maioria judeus. Estima-se que 65 mil pessoas morreram no local.

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