O paleontólogo Jakob Vinther mostra o maior espécime de Timorebestia encontrado - Divulgação/Dr. Jakob Vinther
Verme marinho

Fósseis de verme de mais de 500 milhões de anos são encontrados na Groenlândia

Muito bem preservados, os fósseis revelaram uma espécie de verme marinho com uma enorme mandíbula e que dominou os mares há mais de 500 milhões de anos

Giovanna Gomes Publicado em 05/01/2024, às 09h58

Fósseis primorosamente preservados revelam que um verme marinho com uma mandíbula gigante dominou os mares há mais de 500 milhões de anos.

Recentemente descobertos no norte da Groenlândia, os fósseis pertencem a uma nova espécie de verme carnívoro chamada Timorebestia koprii, apelidada de "besta terrorista", e foram detalhados em um estudo publicado na revista Science Advances em 3 de janeiro.

A espécie, que tinha uma fileira de barbatanas ao longo de cada lado do corpo e um par de antenas longas, viveu durante o início do período Cambriano, entre 541 milhões e 485,4 milhões de anos atrás. De acordo com o portal Live Science, o predador podia alcançar até 30 centímetros de comprimento, tornando-se um dos maiores animais nadadores de sua época.

Gigantes do Cambriano

Os Timorebestia eram considerados gigantes em sua era, ocupando uma posição significativa na cadeia alimentar do período Cambriano, equivalente a alguns dos principais carnívoros marinhos modernos, como tubarões e focas, conforme destacou Jakob Vinther, paleontólogo da Universidade de Bristol, na Inglaterra.

Os fósseis foram descobertos na Formação Sirius Passet, na Groenlândia, e alguns estavam tão bem preservados que permitiram a análise do sistema digestivo, revelando que a dieta desses vermes incluía artrópodes marinhos bivalves conhecidos como Isoxys.

Ao examinar Timorebestia com um feixe de elétrons, os cientistas identificaram um centro nervoso na barriga, conhecido como gânglio ventral, exclusivo de um grupo de minúsculos vermes marinhos modernos chamados vermes flecha, ou quetognatos. Isso sugere que os T. koprii são parentes distantes dos quetognatos modernos, embora apresentem uma diferença significativa na localização das mandíbulas.

Os vermes flecha modernos possuem cerdas ameaçadoras na parte externa de suas cabeças para capturar presas, enquanto Timorebestia possui mandíbulas dentro da cabeça. O estudo destaca que Timorebestia e outros fósseis similares fornecem ligações entre organismos aparentemente distintos na atualidade, mas que compartilham relações evolutivas.

+Confira aqui o estudo completo.

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