Kim Yo Jong durante cerimônia olímpica - Getty Images
Coronavírus

Irmã de Kim Jong Un se enfurece após ministra duvidar da falta de casos de coronavírus no país

"Nunca esqueceremos suas palavras e talvez tenha que pagar caro por isso”, afirmou Kim Yo Jong

Redação Publicado em 09/12/2020, às 11h40

A irmã do ditador Kim Jong Un, Kim Yo Jong, demonstrou insatisfação com um comentário da chefe da diplomacia sul-coreana, a respeito dos casos de coronavírus no território norte-coreano.

De acordo com a irmã do tirano, a representante é “insolente” por ter duvidado que o país esteja, de fato, livre do vírus e suas consequências.

Kang Kyung-wha, que atua como ministra das Relações Exteriores da Coreia do Sul, disse em um Fórum que ‘é difícil’ de acreditar que o país não teria sofrido com casos da pandemia, que afeta o mundo inteiro.

"(A pandemia) tornou de fato a Coreia do Norte mais Coreia do Norte, mais fechada, em um processo de decisão vertical onde há muito pouco debate sobre as medidas para enfrentar a covid-19", explicou. "Todos os sinais indicam que o regime está muito concentrado em controlar a doença que dizem não ter".

Como era de se esperar, o comentário não agradou Kim Yo Jong, que se manifestou através de um comunicado divulgado oficialmente hoje, 9. Segundo ela, as afirmações  contribuem para estremecer a relação entre os países.

"Pode-se ver pelas declarações insolentes que fez, sem levar em consideração as consequências, que está disposta a esfriar ainda mais as relações entre o Norte e o Sul da Coreia", explicou Kim. "Nunca esqueceremos suas palavras e talvez tenha que pagar caro por isso”.

O vírus

Em outubro, Kim Jong Un, declarou que “não há uma única pessoa" com Covid-19 em seu país. O discurso de Kim aconteceu durante um desfile militar que comemorava o 75º aniversário do Partido Democrático dos Trabalhadores da Coreia, em Pyongyang.

Na ocasião, o ditador ainda complementou dizendo: “Desejo boa saúde a todas as pessoas ao redor do mundo que estão lutando contra os males do vírus maligno”.

Contudo, o posicionamento do país divide opiniões.

O veículo de notícias estrangeiro DW conversou com um médico que fugiu da Coreia do Norte em 2012, após trabalhar durante anos no Centro de Controle de Doenças do hospital de uma cidade portuária. “Claro que pessoas morreram de coronavírus na Coreia do Norte”, afirmou Choi Jung Hun de forma enfática. 

O profissional vivenciou o despreparo do sistema de saúde norte-coreano evidenciou a falta de equipamentos adequados, por exemplo: o neurologista afirmou que já teve épocas em que não tinha muito mais que um termômetro para realizar seus diagnósticos. 

Segundo Choi, não era incomum morrer por causa de um vírus na Coreia do Norte, com pessoas sendo levadas inclusive por vírus que já tinham sido aniquilados em outras partes do mundo. “A Coreia do Norte é um museu de vírus”, concluiu dele sombriamente.

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