De acordo com o presidente da associação, a publicação é como uma granada nas mãos de uma criança
Pamela Malva Publicado em 24/12/2019, às 09h09
Em maio de 1978, Ed e Lorraine Warren atenderam a mais um dos incomuns telefonemas que recebiam semanalmente. Mas, dessa vez, o caso seria muito mais insólito. Eles descobriram que um espírito inumano assustava uma família com três crianças.
Investigando o caso, descobriram que não só a criatura maligna havia sido convidada para dentro da casa dos Foster, como foi convidado pela filha mais velha, Meg, de 15 anos. A menina contou aos demonologistas que tinha ganhado um livro sobre o oculto no Natal e que tentara completar um dos feitiços, para invocar um demônio. Bom, ela conseguiu.
Todavia, anos mais tarde, Ed e Lorraine ficariam decepcionados ao descobrir que, em 2019, um livro lançado por uma empresa canadense faria a mesma coisa por crianças que o livro de Meg fez no passado. Os exorcistas da Associação Internacional de Exorcistas (AIE) ficaram sem palavras para o perigo iminente dessa novidade.
Um Livro de Demônios para Crianças, de Aaron Leighton, publicado pela editora Koyama Press, tem uma aparência simpática, com seres coloridos e pouco assustadores. Mas, acompanhado de feitiços simples e uma tabela de sigilos, ensina crianças a invocar espíritos malignos para resolver problemas do dia a dia.
Em comunicado, o padre Francesco Bamonte, presidente da associação, insistiu que “quem convida uma criança a invocar um demônio é como uma pessoa que põe uma granada nas mãos delas para brincar”. Ele afirma que o livro é perigoso justamente por tratar a invocação de demônios como algo "comum e recomendável".
O padre ainda enxerga a publicação do livro como parte de uma tendência mundial que tenta integrar a adoração do diabo como "uma alternativa normal às outras religiões". Bamonte ainda disse que fornecer esse tipo de material a crianças confunde o "discernimento entre o que é bom e o que é ruim".
Na página que anuncia o livro por 12 dólares (cerca de R$ 49), a editora caracteriza a publicação como uma "paródia paranormal". A Koyama ainda diz que, dentro do livro, as crianças encontrarão um conteúdo “cheio de espíritos engraçados, mais tolos do que assustadores!” — coisa que os exorcistas não acharam tão comum assim.
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