Cena da série 'Lost', clássico dos anos 2000 - Reprodução/Walt Disney Studios Home Entertainment
'Lost'

Lost: Novo livro expõe machismo e racismo nas gravações de série dos anos 2000

'Burn It Down' é o novo livro de Maureen Ryan, onde autora descreve ambiente tóxico em 'Lost'

Éric Moreira, sob supervisão de Ingredi Brunato Publicado em 31/05/2023, às 12h25

Hoje, um dos tipos de produções audiovisuais mais comentados e com maior número de fãs pelo mundo são as séries. Porém, algo que nem todos sabem é que há quase duas décadas, a produção 'Lost' virou o mundo das obras seriadas de pernas pro ar, ditando novos padrões de narrativas e conquistando inúmeros fãs em todo o mundo.

Infelizmente, apesar do sucesso estrondoso de 'Lost', a crítica de cinema e televisão americana Maureen "Mo" Ryan escreveu em seu livro mais recente, chamado 'Burn It Down: Power, Complicity and a Call For Change in Hollywood' ('Queime Tudo: Poder, cumplicidade e um apelo à mudança em Hollywood', em português), que a série foi marcada por um ambiente bastante tóxico nos sets de filmagem enquanto foi produzida — de 2004 a 2010.

Para escrever a obra, que trata de como as indústrias do cinema e da televisão afetam a saúde dos profissionais relacionados a esse meio, "Mo" Ryan entrevistou antigos membros do elenco e roteiristas de 'Lost'. Entre eles, estão Harold Perrineau (que deu vida ao personagem Michael Dawson na série), Monica Owusu-Breen (supervisora de produção) e Melinda Hsu Taylor (escritora e produtora).

Tensões no set

Conforme repercutido pela Rolling Stone Brasil, um dos diversos exemplos de racismo nos bastidores de 'Lost' é o destino dado ao personagem de Perrineau. Isso porque, depois de o ator ter reclamado aos showrunners Damon Lindelof e Carlton Cuse que os personagens não brancos vinham sendo deixados de lado, mencionando também o uso de outros estereótipos raciais, eles decidiram encerrar seu contrato de membro regular do elenco.

O ator Harold Perrineau / Crédito: Getty Images

 

Owusu-Breen e Hsu Taylor, uma mulher negra e outra de origem asiática, revelaram ainda comentários racistas e episódios de bullying dentro da sala de roteiristas — sendo esta a razão para a alta rotatividade no cargo, que foi uma forte razão para críticas ao longo dos anos. Além disso, a série já ficou conhecida em sua época de sucesso pela toxicidade nos sets, mas isso era ignorado devido ao sucesso da obra.

Eventualmente, o próprio Damon Lindelof, que foi procurado para comentar e explicar as polêmicas acusações, concordou que havia "um alto grau de insensibilidade" na produção. Em sequência, ainda admite ter errado em não trabalhar para evitar esse tipo de acontecimento:

Com meu nível de inexperiência como um gerente e chefe, meu papel era de alguém que não deveria proporcionar um clima de risco criativo, mas sim de segurança e conforto dentro do processo criativo — eu falhei nessa tarefa."
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