A irmã de Leandro durante entrevista; à direita, o menino que foi assassinado - Divulgação/vídeo/RPC e Cedoc
Caso Leandro Bossi

'Meu pai ficou 29 anos procurando' diz irmã de Leandro Bossi, que desapareceu no Paraná em 1992

Leandro desapareceu na cidade de Guaratuba em fevereiro de 1992; dois meses depois, naquela mesma localidade, ocorreria o desaparecimento de Evandro

Giovanna Gomes Publicado em 13/11/2023, às 14h32 - Atualizado às 17h06

Após 30 anos de incerteza sobre o caso Leandro Bossi em Guaratuba, Paraná, uma amostra óssea antiga confirmou por meio de um exame de DNA em 2022 que o menino está morto. O material estava armazenado no Instituto Médico-Legal (IML) em Curitiba, trazendo finalmente uma resposta para a família.

Como destaca o portal G1, o caso é o tema da sexta temporada do podcast Projeto Humanos, da Globoplay, do jornalista Ivan Mizanzuk.

O meu irmão estava em um saco preto no IML, e o meu pai ficou os 29 anos procurando... Na verdade, especificamente, não sei se isso é bom ou ruim. Estava um pedaço do osso dele, só um pedaço. O restante nem se sabe, né?”, afirmou Neli Bossi, irmã de Leandro, que hoje vive em Matinhos, no litoral do Paraná.

O inquérito, atualmente arquivado na Polícia Civil (PC-PR), permanece sem conclusão. O garoto, com 7 anos quando desapareceu, foi visto pela última vez no show de Moraes Moreira em 15 de fevereiro de 1992.

Assim, é muito, para gente, é muito triste lembrar de tudo, de tudo que o pai passou. Todas as festas que a gente não podia ir, todas as vezes que a gente queria um carinho de um pai, um abraço de um pai e a gente não teve. Não por culpa dele, né”, declarou à RPC.

Trauma

Neli contou que seu pai nunca recebeu apoio psicossocial. Em sua visão, tanto ele quanto a mãe, Paulina Bossi, são pessoas que nunca conseguiram superar o trauma. A entrevistada conta que o pai então passou a criar rituais para manter a lembrança do filho.

“Todos os aniversários do Leandro a gente tinha um quadro que representava o Leandro, como se ele tivesse entre 17 e 18 anos. Ele fazia bolo, comprava refrigerante e a gente cantava parabéns. A gente, como era criança, a gente se assustava com isso. Pra gente era como se fosse um quadro, assim, assustador porque a gente não teve a convivência com o Leandro.”

“A gente fazia os aniversários, tinha Natal a gente fazia aquela mesa, o quadro estava lá, só que daí, toda a vida, foram épocas muito tristes pra gente não só pela lembrança, mas porque quando a gente sentava à mesa, não davam 5 minutos, meu pai começava a chorar”, lembra Neli.

No meio de intensa dor e esforços para encontrar o filho, João Bossi também sustentou sua fé. Segundo Neli, seu pai fez uma promessa e, como parte dela, construiu uma cruz manualmente e fixou as fotos de Leandro e de outras crianças desaparecidas do estado. Ele percorreu a pé de Guaratuba até a cidade de Aparecida do Norte, uma distância de mais de 730 quilômetros. A jornada durou 15 dias para ir e mais 15 para retornar.

Conforme ele ia andando, as pessoas na rua, às vezes, deixavam ele tomar banho ou às vezes davam alguma coisa para comer [...]. Chegou lá, ele deixou lá a cruz [...]. Então, assim, ele nunca perdeu a esperança, né?”

Infelizmente, João Bossi morreu em 2021 sem nunca ter tido respostas sobre o desaparecimento do filho.

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