Pesquisadores durante análise de materiais do asteroide Bennu - Divulgação/NASA/Robert Markowitz
Astronomia

Missão da Nasa coleta a maior amostra de asteroide no espaço da história

Missão OSIRIS-REx retortou à Terra em 24 de setembro de 2023, carregando consigo quantidade surpreendente de amostra do asteroide Bennu

Éric Moreira Publicado em 20/02/2024, às 09h13

No dia 24 de setembro de 2023, a espaçonave OSIRIS-REx, da Nasa, retornou à Terra de sua missão concluída com sucesso: trazer consigo amostras do asteroide Bennu, que ainda vaga pelo espaço. Só recentemente, porém, a quantidade coletada foi divulgada pela agência espacial norte-americana, com 121,6 gramas, o que faz dessa a maior amostra do tipo já coletada na história.

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A amostra adentrou à Terra em setembro de 2023, mas os pesquisadores do Centro Espacial Lyndon B. Johnson, dos Estados Unidos, só conseguiram terminar de extraí-la em janeiro deste ano. A marca foi divulgada pela Nasa no último dia 15 de fevereiro — vale mencionar que a quantidade coletada, de 121,6 gramas, é mais que o dobro da quantidade estabelecida como meta para a missão.

Amostras coletadas de material do asteroide Bennu / Crédito: Divulgação/NASA/Erika Blumenfeld & Joseph Aebersold

 

Conforme descrito pela própria Nasa, a nave OSIRIS-REx possui o chamado Mecanismo de Aquisição de Amostras Touch-and-Go (TAGSAM), que consiste em um braço robótico capaz de perfurar a superfície de asteroides e coletar amostras. Em outubro, foi estimado que a espaçonave carregava uma amostra de 70,3 gramas, mas o TAGSAM ainda sequer havia sido aberto.

Em janeiro, então, o TAGSAM pôde finalmente ser aberto, no que se descobriu uma amostra remanescente de 51,2 gramas. Somado aos 70,3 gramas retirados anteriormente, e outras partículas adicionais encontradas dentro da tampa e da base do recipiente, o total coletado do asteroide foi de 121,6 gramas.

Próximos passos

Em sequência aos trabalhos já feitos, uma equipe composta por mais de 200 cientistas de todo o mundo devem analisar a explorar as propriedades do asteroide Bennu. Segundo a Revista Galileu, a equipe pretende lançar um catálogo com as amostras disponíveis para solicitação pela comunidade científica global.

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Além do mais, ao menos 70% da amostra deve ser preservada para outras análises futuras. Acredita-se que esses fragmentos coletados podem fornecer, eventualmente, pistas sobre os asteroides que colidiram com a Terra em outras ocasiões, como se eles trouxeram água e outros ingredientes necessários para a vida aqui.

Agora, a amostra passa por análises e é comparada com meteoritos e coletas de duas missões espaciais japonesas, a Hayabusa e a Hayabusa-2, que coletaram amostras dos asteroides Itokawa e Ryugu, respectivamente.

"Selecionaremos partes desses grãos para escaneá-los por tomografia computadorizada, o que nos permitirá analisar sua estrutura e ter uma ideia de sua composição", afirma, por fim, a professora Sara Russell, membro da Equipe de Análise de Amostras do OSIRIS-REx, ao IFLScience.

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