O singular profissional foi o pioneiro do tema meio-ambiente no jornalismo brasileiro, além de fazer importantes pontes entre a área e os cientistas
André Nogueira Publicado em 13/04/2020, às 07h33
Morreu, nessa quinta-feira (dia 9) Randau Marques, o primeiro jornalista especializado em clima do Brasil e fundador do SOS Mata Atlântica, vítima de um infarto fulminante. O ambientalista, que nasceu há 70 anos num assentamento indígena no interior do estado de São Paulo, mudou para sempre o jornalismo, mesmo nunca tendo feito qualquer graduação.
Tendo trabalhado anos no Jornal da Tarde, ele foi um dos responsáveis pela articulação midiática em favor de temas como o desmatamento da Amazônia e a desintegração dos ecossistemas na Serra do Mar. Ainda foi repórter no Estado de São Paulo e na Agência Estado. Sua carreira foi marcada por investigações intrigantes.
Vítima de perseguição, ele cunhou o termo ‘Vale da Morte’ para o assentamento crítico de fábricas poluidoras em Cubatão e foi preso em 1968 por escrever reportagens denunciando a contaminação de sapateiros com chumbo em plena Ditadura, demonstrando sua preocupação social.
“Era um gênio, um cara brilhantíssimo, de texto absolutamente próprio. Você lia a matéria e sabia que era dele”, diz o ambientalista Fábio Feldmann à IstoÉ. Além das realizações apontadas, Marques foi assessor especial da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, fazendo pontes importantes entre o jornalismo e a ciência.
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