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Brasília

Móveis feitos por sobrevivente do Holocausto foram destruídos em Brasília

Perda foi comentada pelo Museu do Holocausto de Curitiba nas redes sociais; entenda!

Fabio Previdelli Publicado em 09/01/2023, às 14h35

A destruição causada por terroristas de extrema-direita em Brasília no último domingo, 8, ainda estão sendo estimadas pelas autoridades. Conforme repercutido pela equipe do site do Aventuras na História, até mesmo um relógio dado à Dom João VI em 1808 e um quadro de Di Cavalcanti foram depredados. 

Outra perda, também inestimável, foi apontada pelo perfil do Museu do Holocausto de Curitiba no Twitter por meio de uma thread: móveis feitos por um sobrevivente do Holocausto, o polonês Jerzy (Jorge) Zalszupin Z''L.

A história de um sobrevivente

Conforme aponta o Museu, Jerzy nasceu em Varsóvia em 1º de junho de 1922, em uma família judaica. Com a ocupação nazista, eles acabaram deixando a Polônia e atravessaram de carro até a Romênia. 

Jerzy Zalszupin e seus familiares sobreviveram ao Holocausto em Bucareste ao esconderem o fato de serem judeus. Por lá, ele também estudou e se formou em Arquitetura. 

Jerzy (Jorge) Zalszupin Z''L nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 1º de junho de 1922, em uma família judia bem integrada na sociedade polonesa. Ele era adolescente quando, em 1939, começou a 2ª Guerra Mundial.

+ pic.twitter.com/LGReLkxKhZ

— Museu do Holocausto (@MuseuHolocausto) January 9, 2023

No período pós-Guerra, suas ligações com o Brasil aconteceu após conhecer a obra de Oscar Niemeyer. Foi quando decidiu se mudar para as terras tupiniquins em 1949. Por aqui, aponta o Museu do Holocausto, conheceu o arquiteto Luciano Korngold e chegou abrir até o próprio escritório. 

Após se especializar na área de design de imóveis, Zalszupin foi convidado por Niemeyer, nos anos 1960, para conceber e produzir os móveis para os gabinetes e palácios durante a construção de Brasília. 

Jerzy, inclusive, é responsável pela criação das poltronas usadas por juízes do STF. As mesmas, porém, foram depredadas pelos terroristas no último domingo, 8. "Projetei o espaldar bem alto para transmitir sobriedade aos juízes que ali sentassem", disse à Folha. 

Entre suas obras mais conhecidas, estão as poltronas utilizadas pelos juízes do STF, depredadas por terroristas durante o ataque ao DF, na tarde do último domingo (8). pic.twitter.com/2QTVf37wkC

— Museu do Holocausto (@MuseuHolocausto) January 9, 2023
E há outras mais. Boa parte dos móveis do Judiciário brasileiro leva minha assinatura", completou o judeu polonês, falecido aos 98 anos, em 17 de agosto de 2020.
Brasil Holocausto Brasília protesto depredação STF

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