O santuário é importante para judeus, cristãos e muçulmanos e datá-lo pode mudar seu significado para as diversas fés
Vanessa Centamori Publicado em 04/06/2020, às 13h50
Em Jerusalém, pesquisadores analisaram uma ponte antiga, encontrada em um santuário importante para os cristãos, muçulmanos e judeus. Com isso, eles conseguiram redatar o templo, que é um dos lugares religiosos mais contestados do mundo.
O local um dia foi ligado pela ponte às casas da cidade alta da cidade. A estrutura de conexão entre um lugar e outro era composta pelo Arco de Wilson, que foi estudado por meio de datação por carbono.
Os pesquisadores concluíram que o arco foi erguido entre 20 a.C a 20 d.C, durante o reinado de Herodes, o Grande, ou logo após a morte do soberano. Já no segundo estágio da ponte, o arco foi reconstruído entre 30 a 60 d.C, quando havia domínio romano em torno de Jerusalém.
Com isso, é possível concluir que a segunda parte da ponte surgiu durante o governo de Pôncio Pilatos, que foi quem teria dado a ordem de crucificação a Jesus Cristo. Essa informação reforça as contestações pelo templo, que é hoje disputado pelas três religiões monoteístas.
A contrução é chamada pelos muçulmanos de Haram al-Sharif (Nobre Santuário, em árabe), enquanto que os judeus a chamam pelo nome de Monte do Templo, que é mais utilizado pelo turismo. O local é também valioso para os cristãos, devido à sua ligação com Cristo, proibido de entrar no templo pelos líderes religiosos judeus.
Além disso, as autoridades jordanianas chegaram a sugerir que a datação anterior do lugar era uma ferramenta política para vinculá-lo somente à herança judaica, excluindo os muçulmanos. Próximo ao santuário ficam, no entanto, dois importantes locais para a fé muçulmana: o Domo da Rocha e a mesquita de al-Aqsa, terceiro local mais sagrado no Islã.
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