Imagem meramente ilustrativa de porcos - Foto de ramboldheiner no Pixabay
Ciência

Recém-descoberta cepa de bactérias pode ameaçar saúde pública

Superbactéria, que é comum em fazendas de suínos, desenvolveu características de risco para humanos

Luisa Alves, sob supervisão de Ingredi Brunato Publicado em 30/06/2022, às 16h54

Uma nova cepa de superbactéria resistente a antibióticos, descoberta por pesquisadores da Universidade de Cambrigde, pode oferecer uma ameaça à saúde pública, conforme estudo publicado pelo periódico científico 'eLife' nesta terça-feira, 28.

A nova cepa de Staphylococcus aureus é resistente ao antibiótico meticilina (MRSA). Segundo a revista Galileu, o artigo revela que três elementos genéticos móveis do genoma MRSA são responsáveis pela resistência das bactérias a antibióticos e ainda por sua capacidade de infectar humanos.

Um deles permite que a cepa CC398 escape do sistema imunológico humano, e os outros dois são responsáveis por essa resistência a antibióticos tanto em humanos, quanto no gado, especialmente entre suínos, onde a bactéria é encontrada com frequência. A doença é difícil de ser tratada justamente por não responder aos antibióticos, e é por isso que a OMS anunciou seu potencial ameaçador para a saúde humana.

Ainda de acordo com a revista Galileu, a União Europeia deverá proibir o uso de óxido de zinco utilizado para evitar diarreia em porcos nas fazendas, por sua suposta promoção de resistência a antibióticos no gado.

Todavia, a proibição pode não gerar a redução da nova cepa, pois os genes ligados à essa característica de resistência não estão sempre relacionados aos genes da resistência ao tratamento com zinco.

Origem

Com sua mais provável causa no uso de antibióticos em suinoculturas, a cepa MRSA surgiu há 50 anos. Em um estudo realizado na Dinamarca, o aumento do número de casos foi registrado em fazendas de porcos. Mesmo que os mais afetados sejam os suínos, a bactéria não adoece esses animais.

Em 2008 a proporção de rebanhos positivos na Dinamarca aumentou cerca de 5%, enquanto que, em 2018, subiu 90%.

Descobrimos que a resistência a antibióticos nesta MRSA associada ao gado é extremamente estável. Além de se manter por várias décadas, a bactéria se espalhou por diferentes espécies de gado", afirmou a médica veterinária Gemma Murray, em comunicado.
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