Mianmarenses protestando contra a prisão de Aung San Suu Kyi - Getty Images
Mianmar

'Parem de matar o povo de Mianmar': representante afirma que Rússia e China apoiam o Golpe Militar no país

Para o Dr. Sasa, enviado especial às Nações Unidas, a comunidade internacional tem o poder de impedir a 'carnificina' de birmaneses

Pamela Malva Publicado em 05/04/2021, às 17h00 - Atualizado às 17h18

No dia 1º de fevereiro de 2021, o governo de Mianmar foi tomado pelos militares do país. Desde então, mais de 2,7 mil pessoas foram presas pelo regime e cerca de 550 foram mortas, enquanto a lista de desaparecidos apenas aumenta, segundo o UOL.

Para Dr. Sasa, um novo rosto da resistência birmanesa, contudo, outros países têm o poder de interromper o constante conflito que tomou conta das ruas de Mianmar. Membro da Liga Nacional para a Democracia, o médico ainda é enviado especial às Nações Unidas e, em entrevista exclusiva à RFI, pediu ajuda das nações vizinhas.

"A comunidade internacional tem o poder de fazer os generais pararem de matar o nosso povo todos os dias”, narrou o médico. Em seguida, Dr. Sasa lamentou que, enquanto tiverem dinheiro e investimentos, os generais birmaneses “vão comprar armas e usá-las para matar o povo de Mianmar”.

"Estamos pedindo que cortem o financiamento destes generais da Junta Militar e que cortem o acesso deles ao mercado internacional de armas", afirmou. “Parem de matar o povo de Mianmar e liberem nossa líder Aung San Suu Kyi e os demais presos políticos".

Fotografia da líder civil Aung San Suu Kyi / Crédito: Wikimedia Commons

 

Ainda sobre as comunidades internacionais, o Dr. Sasa afirmou que “é muito triste ver russos e chineses celebrando o dia das Forças Armadas com a Junta Militar”. Para o médico, os dois países querem manter os militares no poder de Mianmar e, assim, “estão apoiando a carnificina que está acontecendo no país”.

"Nós nunca vamos esquecer isso. Eles não deviam estar apoiando os militares; eles têm o poder de fazer parar este golpe", lamentou o representante, ainda à RFI. Por fim, contudo, o Dr. Sasa mostrou ter certa esperança em alguns grupos de birmaneses.

"A geração Z, professores universitários, médicos, funcionários públicos do país inteiro estão unidos pela democracia e contra o golpe", narrou o enviado especial. "Esses movimentos nos dão a esperança de que vamos vencer esta luta.”

Atualmente, além dos mortos, presos e desaparecidos, Mianmar ainda conta com uma intensa paralisação, organizada por dezenas de milhares de trabalhadores, além de outros setores da economia que esperam pela retomada da democracia. Pouco tempo depois da entrevista do Dr. Sasa, inclusive, o Conselho de Segurança da ONU "condenou energicamente" os assassinatos de civis durante os conflitos no país.

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