Representação da Máquina de Anticítera - Divulgação/ University College London
Ciência

Pesquisadores descobrem como funciona a misteriosa Máquina de Anticítera

Considerado o computador mais antigo do mundo, o mecanismo foi encontrado em um naufrágio em 1901

Fabio Previdelli Publicado em 21/03/2021, às 05h00

A sofisticada Máquina de Anticítera, de cerca de 2 mil anos, considerada o primeiro computador analógico da história, foi recriada por uma equipe de cientistas. Com isso, os pesquisadores acreditam terem desvendado como o objeto era usado pelos gregos antigos para observar o céu e prever fenômenos astronômicos, com os eclipses, por exemplo. 

Em 1901, a Máquina de Anticítera, que é feita de bronze, foi encontrada em um naufrágio no leito do Mediterrâneo, na Grécia. Datado da era do Império romano, o mecanismo não resistiu a força do tempo e da corrosão, restando apenas 82 fragmentos, alguns deles muito danificados. 

Ao longo das décadas, conforme aponta matéria da Super, arqueólogos entendiam que a Máquina era usada para estudar a astronomia e prever o movimento não só da Lua quanto de planetas vizinhos também.

Fragmento da máquina de Anticítera/ Crédito: Wikimedia Commons

 

Entretanto, por sobrar apenas um terço de toda a engenhoca, nunca soube-se como ela realmente funcionava. Porém, uma pesquisa encabeçada pela University College London, que foi publicada no periódico Scientific Reports, propõem uma nova reconstituição da máquina, o que permite, pela primeira vez, simular a máquina em sua integridade.  

Com uma tecnologia avançada para o conhecimento da época, as engrenagens interiores do objeto são muito parecidas com a que conhecemos hoje em relógios e pêndulos contemporâneos.  

Antes desse último estudo, outras pesquisas já buscavam investigar outras informações sobre a Máquina de Anticítera, como uma em 2005, como aponta a Super, que usou raios-x para revelar milhares de caracteres escondidos atrás da corrosão da peça.  

Com essas informações, a equipe da University College London descobriu que a Máquina conseguia determinar, com precisão, os ciclos observáveis de movimentação de outros planetas, como Vênus e Saturno.  

Painel frontal de uma reconstrução feita em 2007/ Crédito: Wikimedia Commons

 

“Este é um avanço teórico fundamental”, disse Adam Wojcik, coautor do estudo, em comunicado. “Agora devemos provar que esse modelo é viável, reconstruindo-o na prática usando técnicas antigas.”  

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