Reprodução em 3D de peixe do grupo Osteostraci - Hugo Salais / Metazoa Studio
Paleontologia

Pesquisadores reproduzem digitalmente peixe sem mandíbula extinto há 400 milhões de anos

O impressionante Osteostraci tinha características únicas em comparação aos irmãos vertebrados — refeitas em estudo da Universidade de Bristol

Wallacy Ferrari Publicado em 06/10/2020, às 09h24

Após meses de pesquisa, um grupo de pesquisadores de pós-doutorado da Universidade de Bristol conseguiu reproduzir com detalhes o grupo de peixes Osteostraci com uma digitalização de suas características. Recriado inteiramente em 3D, as criaturas extintas são conhecidas pela ausência de mandíbula, vivendo entre os períodos silunianos-devonianos na Ásia, América do Norte e Europa.

O estudo, publicado na revista científica Current Biology, não apenas lista as características do animal com exatidão, mas também relata que o grupo contribuiu para a evolução dos peixes modernos — contribuindo para a diversificação dos estilos de vida. Com o conteúdo técnico pronto, a reprodução computadorizada ainda pôde simular a interação do animal com as correntes de água.

Reprodução utilizada para a digitalização / Crédito: Humberto G. Ferrón et al. doi: 10.1016 / j.cub.2020.09.031

 

Apesar da ausência de mandíbula, o peixe possuía nadadeiras dorsais, nadadeiras peitorais emparelhadas e uma cauda forte, sendo nadadores ágeis e maleáveis. O crânio era composto por apenas uma peça, sem crescimento durante a vida adulta, além de extensões semelhantes a chifres nas cabeças. A cabeça — incomum em relação aos peixes modernos — possibilitava o nado em diversas posições e alturas.

Um dos co-autores do estudo e cientista da Universidade de Valência, Dr. Carlos Martinez Perez explicou como a diferença proporcionou vantagem ao animal: “Nossas simulações revelam que as diferentes espécies de osteostracans apresentam eficiências hidrodinâmicas igualmente diferentes. [...] Alguns deles tiveram melhor desempenho ao se mover perto do fundo do mar ou leito do rio, enquanto outros tiveram melhor desempenho ao nadar livremente na água”.

Inglaterra Estados Unidos pesquisa 3D Peixes reprodução Peixe digital primitivo extinto

Leia também

Ator de ‘Harry Potter’ opina sobre falas polêmicas de J.K. Rowling: ‘Me entristece’


Estátua grega de 2 mil anos pode retornar à Itália após décadas


Tiranossauro rex pode não ter sido tão inteligente quanto pensávamos


Primeiro contrato de trabalho da princesa Diana com informação errada é leiloado


Cinco esqueletos são encontrados em casa de antigo líder nazista


Megassítio neolítico de 7 mil anos é descoberto na Sérvia