Após o anúncio de Netanyahu, o evento foi marcado para 15 de maio, mas pode gerar tensões entre Israel e o grupo Hamas
Pamela Malva Publicado em 09/06/2021, às 16h00
Na última terça-feira, 08, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, fez um anúncio inesperado. De saída do poder, o político autorizou a realização de uma marcha de militantes da direita nacionalista na próxima semana, em Jerusalém.
Segundo a Folha, contudo, o evento pode gerar polêmicas ao reascender a crise com o Hamas, grupo palestino radical que controla a Faia de Gaza. Isso porque, bem antes do anúncio, a organização afirmou que as tensões iriam aumentar caso os mesmos ativistas entrassem no bairro muçulmano da Cidade Velha de Jerusalém.
Inicialmente, a marcha estava marcada para o dia 10 de maio, mas foi interrompida por foguetes disparados pelo Hamas. Era o início de um conflito entre o grupo e Israel, que durou 11 dias e matou ao menos 240 pessoas, terminando em um cessar-fogo.
Em seguida, o evento foi remarcado para o dia 10 de junho, mas seus organizadores não conseguiram a autorização necessária para realizar o percurso que gostariam. Assim, a marcha foi adiada para o dia 15 de junho, segundo a decisão de Netanyahu — com a condição de que a rota seja acordada entre o movimento de direita e a polícia.
Ainda de acordo com a Folha, a nova marcha irá acontecer dois dias depois da votação do Parlamento de Israel, que deve aprovar o futuro governo do país, formado pela oposição de Netanyahu. Tal coalizão foi confirmada na última quarta-feira, 02, depois que Yair Lapid, o líder do bloco, guiou as negociações.
Quando oficializado, o novo governo será formado pela coalizão entre oito partidos de diferentes zonas do espectro político de Israel, mas será liderado por Naftali Bennett, representante do partido de ultradireita Yamina. A ideia da união é colocar um fim à crise política do país, que já dura mais de dois anos.
Na quinta-feira, 03, após o anúncio da coalizão, o atual primeiro-ministro Binyamin Netanyahu passou a combater os blocos de oposição em suas redes sociais. No Twitter, por exemplo, ele afirmou que "todos os legisladores eleitos por votos da direita devem se opor a este perigoso governo de esquerda".
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