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Maristela Santos

Professora é vítima de injúria em sala: 'Disseram que era brincadeira do tiktok'

Docente contou que imitaram som de macaco durante sua aula

Luisa Alves, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 02/06/2022, às 15h54

A professora Maristela Santos, que mora e trabalha no Rio Grande do Sul, fez um boletim de ocorrência no dia 13 de maio por ter sido vítima de injúria racial dentro da sala de aula em um colégio da rede municipal. 

Docente há 24 anos, Maristela alegou nunca ter sentido e nem passado por uma situação semelhante a essa antes. Ela contou ao site Universa que foi vítima de injúria racial — que consiste na ofensa à dignidade com base na cor — por diversas vezes na sala de aula. Os alunos possuem entre 14 e 15 anos.

Alunos do 8º ano, de duas turmas da escola, imitavam sons de macaco quando eu me virava de costas em sala. Difícil ter calma depois de passar por isso", relatou ela ao site Universa.

A professora contou que ao serem questionados, os alunos disseram se tratar de uma brincadeira do tiktok. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Por se tratarem de menores de idade, a situação será encaminhada ao Ministério Público e ao Juizado da Infância e Juventude. 

Maristela precisou recorrer à ajuda psicológica já que sofre de problemas no coração e faz uso de medicamentos controlados para ansiedade. "O impacto psicológico é muito grande. Fiquei quatro dias afastada, tentaram me trocar de escola, mas eu não tenho como me deslocar. Está tão complicado que busquei atendimento psicológico, não tenho conseguido nem dormir”, contou.

Incentivo à denúncia

A docente ainda confessou, em entrevista, que fez a denúncia para que situações semelhantes não ocorram no futuro em decorrência da impunidade dos agressores. Segundo Maristela, estudantes de outras turmas entraram em contato, mas aqueles que praticaram o delito não se desculparam.

Banalizaram esse tipo de brincadeira e a questão racial na nossa sociedade, isso é muito grave. Se ocorreu na sala de aula, é preciso dar um basta. Ele está ali para aprender. Se não for feito algo, não for tomada alguma atitude, ficará pior.", declarou.

Maristela também afirmou que a situação é desgastante, mas não se pode calar diante de situações de discriminação, preconceito e intolerância. "Se não exijo meus direitos e o respeito, o que vai acontecer com o futuro dessas gerações? Eles fizeram algo muito grave e precisam assumir a responsabilidade por isso."

Maristela Santos recebe apoio do Coletivo Feminista Elza Soares, com sede na cidade de Novo Hamburgo, e da prefeitura de Campo Bom (RS).

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