Imagem do curioso polvo transparente - Divulgação/ Schmidt Ocean Institute
Ciência

Robô subaquático flagra rara espécie de 'polvo transparente'

Apelidado de 'polvo de vidro', o animal foi identificado nas profundezas do Oceano Pacífico, a 5 mil km de Sydney, na Austrália

Pamela Malva Publicado em 13/07/2021, às 20h00

Após 34 dias de expedições marítimas nas Ilhas Phoenix, a 5 mil quilômetros de Sydney, na Austrália, cientistas conseguiram captar imagens de uma criatura impressionante. Segundo o Live Science, trata-se de um raro ‘polvo de vidro’.

Com o nome de Vitreledonella richardi, a espécie foi encontrada nas profundezas do Oceano Pacífico Central graças a um robô subaquático chamado SuBastian. Tendo realizado 21 mergulhos e gravado 182 horas de imagens inéditas do fundo do mar, o equipamento conseguiu capturar o momento em que o polvo nadava pelo oceano.

Por sorte, as imagens captadas pelo robô registraram a vida de dois indivíduos da espécie, o que deixou os cientistas bastante surpresos, ainda mais considerando que os polvos de vidro são bastante difíceis de se encontrar entre outros animais.

A inusitada descoberta foi feita a bordo do navio Falkor, administrado pelo Schmidt Ocean Institute, fundação sem fins lucrativos co-fundada por Wendy e Eric Schmidt, ex-CEO do Google. Para verificar a vida nas profundezas, cientistas da Boston University e do Woods Hole Oceanographic Institution também participaram das expedições.

Imagem do curioso polvo transparente / Crédito: Divulgação/ Schmidt Ocean Institute

 

Os polvos de vidro

A curiosa espécie foi identificada pela primeira vez em meados de 1918 e seu estudo era bastante restrito, já que os polvos de vidro não apareciam com tanta frequência. Antes das imagens capturadas pelo SuBastian, por exemplo, os cientistas baseavam seus estudos em fragmentos dos animais encontrados nos estômagos de seus predadores.

Basicamente transparentes, estes cefalópodes vivem em regiões tropicais e subtropicais. Nos oceanos profundos, podem ser encontrados no mesopelágico, a 656 a 3.280 pés abaixo da superfície, ou na zona batipelágica, a 3.280 a 9.800 pés de profundidade, segundo dados da União Internacional para Conservação da Natureza.

Tanto os tentáculos, quando o sistema digestivo dos polvos de vidro parecem ser invisíveis na água e, para os cientistas, os olhos em formato cilíndrico da criatura fazem “parte da estratégia de camuflagem do animal", de acordo com um relatório publicado no Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, em 1992.

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