Trecho de reportagem mostrando equipes de busca - Divulgação/Vídeo/CBC News
Seita

Seita de jejum no Quênia: Sobe para 89 o número de mortos

Líder incentivou os seguidores a praticarem jejum extremo "para conhecer Jesus"

Redação Publicado em 25/04/2023, às 10h17

Buscas realizadas na floresta de Shakahola, situada na porção leste do Quênia, resultaram na descoberta de 58 cadáveres, na última segunda-feira, 24. Os restos mortais são de vítimas de uma seita que pratica o jejum extremo. Nesta terça-feira, 25, o número de mortos subiu para 89, conforme repercutido pelo portal de notícias G1.

A informação foi divulgada pelo ministro do Interior do país, que também informou que três vítimas foram resgatadas vivas, subindo o número de sobreviventes para 34. O número de mortos aumentou, pois, as autoridades realizaram exumações na floresta na qual a seita atuava.

A Good News International Church tem liderança de Makenzie Nthenge, que foi preso após à polícia receber denúncias de que os seguidores morriam de fome e estavam sendo enterrados em covas rasas na área vegetativa.

A prática drástica de jejuar até a morte, por sua vez, teria se iniciado na crença de que essa recusa faria com que os membros do culto conseguissem entrar no reino dos céus.  

Desdobramentos 

O pastor chamou a atenção das autoridades há um mês, quando as mortes de duas crianças cujos pais participavam da seita fizeram com que se entregasse às autoridades. 

Conforme repercutido pelo The Guardian, Nthenge teria conseguido sair da prisão anterior após pagar uma fiança. Outro detalhe é que o líder da seita não aceitou comer ou beber durante o período em custódia. 

Vale destacar ainda que as autoridades quenianas foram capazes de resgatar 15 sobreviventes da Good News International Church, todos apresentavam sinais de desnutrição. Alguns deles, no entanto, teriam permanecido em jejum a despeito dos esforços dos órgãos competentes, e quatro faleceram como resultado disso.

Daqui para a frente 

Oficiais de segurança suficientes foram mobilizados e toda a floresta de 800 acres está isolada e declarada cena de crime", disse Kithure Kindiki, o ministro do interior do Quênia, através de sua conta no Twitter. 

Ainda comentando a descoberta dos corpos, descrito por ele como "o massacre da floresta de Shakahola", Kindiki clamou por maiores regulações no que se refere à liberdade religiosa, que disse ter sido abusada pelo líder da seita.

"Embora o Estado deva continuar respeitando a liberdade religiosa, esse massacre [...] deve levar não apenas à punição mais severa do(s) perpetrador(es) desta atrocidade que tirou tantas almas inocentes, mas também a uma regulamentação mais rígida (incluindo autorregulação) de cada igreja, mesquita, templo ou sinagoga daqui para frente", disse o político.

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