Papa Francisco e os sobreviventes das bombas atômicas - Getty Images
Segunda Guerra Mundial

Sobreviventes de Hiroshima e Nagazaki relembram o horror dos ataques ao Papa Francisco

O pontífice ouviu as histórias dos Hibakusha em uma vista ao Japão para pregar o desarmamento nuclear

Pamela Malva Publicado em 25/11/2019, às 18h05

Durante uma visita ao Japão para pregar o fim do armamento nuclear, o Papa Francisco se encontrou com sobreviventes de Hiroshima. Frente a frente com o pontífice, os Hibakusha (sobreviventes da bomba atômica, em japonês) contaram suas experiências no primeiro ataque nuclear da história.

A bomba caiu na cidade de Hiroshima, Japão, no dia 6 de agosto de 1945, às 08h15. Cerca de 140 mil pessoas morreram no ato e nos meses seguintes, devido à radiação que a arma liberou ao ser detonada.

Com 14 anos, apenas uma estudante, Yoshiko Kajimoto estava trabalhando em uma fábrica de motores aéreos quando a bomba caiu. Ele estava a 2,3 km do ponto zero da explosão e descreve a lembrança de uma luz azul vindo da janela.

Segundo Yoshiko, ela viu uma escuridão parecida com a noite tomar conta da fábrica antes de desmaiar. Acordou pouco tempo depois, com “um cheiro de peixe podre”. “Comecei a andar e vi pessoas ao meu lado como fantasmas, pessoas cujo corpo todo estava tão queimado que eu não conseguia distinguir entre homens e mulheres”, explicou ao Papa.

Ele relembra que as pessoas andavam com cabelos desarrumados, rostos inchados, duas vezes maiores que o normal, e lábios pendurados. “Nos dias seguintes, a fumaça branca reinava em todas as partes. Hiroshima havia se transformado num crematório”, continuou.

A jovem ficou aliviada ao perceber que ambos seus pais sobreviveram à explosão. No ano seguinte, no entanto, o pai morreu devido aos altos níveis de radiação que foi exposto. A mãe faleceu 20 anos depois, por causa dos efeitos da bomba.

Agora, com 88 anos, Yoshiko sofre de câncer — doença que lhe custou uma parte do estômago em 1999 — e leucemia. "A maioria dos meus amigos morreu de câncer. Trabalho duro para provar que não devemos usar essas bombas atômicas aterrorizantes ou permitir que mais alguém sofra essa angústia", afirmou.

O Papa ainda visitou Nagasaki, a outra cidade atingida pelas bombas lançadas na Segunda Guerra Mundial e ouviu mais sobreviventes. “Nagasaki traz em sua alma uma ferida difícil de curar, uma cicatriz nascida do sofrimento incompreensível de tantas vítimas inocentes de guerras passadas e do presente, quando uma terceira guerra mundial está sendo travada aos poucos", disse.


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