Grupo extremista Talibã, em 2010 - Getty Images
Afeganistão

Talibã declara que Afeganistão passa a se chamar Emirado Islâmico do Afeganistão

A nomenclatura já foi usada pelos extremistas em 1996, quando o grupo tomou o poder pela primeira vez

Redação Publicado em 20/08/2021, às 07h16

Na noite da última quinta-feira, 19, o grupo extremista Talibã anunciou a mudança de nomenclatura do Afeganistão. O grupo adotou o nome de Emirado Islâmico do Afeganistão para a nação. As informações são do portal de notícias UOL.

De acordo com a reportagem, essa não é a primeira vez que o Talibã muda o nome do Afeganistão, em 1996 quando o grupo tomou o poder da região pela primeira vez, a mesma nomenclatura adotada recentemente foi usada pelos extremistas na época.

Quatro dias após o Talibã tomar a capital do país, Cabul, o porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid, publicou em uma rede social o anúncio da mudança de nome:

"Declaração do Emirado Islâmico do Afeganistão por ocasião do 102º aniversário da independência do país do domínio britânico", escreveu Mujahid.

Caos no Afeganistão

O caos ocorrido no Afeganistão tem como consequência a retirada das tropas norte-americanas do país, através de um 'acordo de paz' iniciado por Donald Trump em 2020. Após o ato concretizado por Joe Biden, atual presidente dos EUA, o Talibã começou a avançar no país. 

O ato que representou de fato a tomada de poder se deu no último domingo, 15, quando os representantes do grupo extremista tomaram o palácio presidencial, localizado em Cabul. Isso ocorreu após o presidente do país, Ashraf Ghani, deixou o país em decorrência dos últimos acontecimentos. 

Joe Biden informou que não se arrepende de ter retirado as tropas do local. "Eu mantenho com firmeza minha posição", disse o presidente durante pronunciamento exibido pela Casa Branca na última segunda-feira, 16. "Os EUA não podem participar e morrer em uma guerra em que nem o próprio Afeganistão está disposto a lutar", explica Biden

O domínio 

Durante 1996 e 2001, o Talibã governou o Afeganistão, antes de ser derrubado por uma campanha liderada pelos EUA após os ataques no 11 de setembro. 

Durante este período, jovens foram proibidas de frequentar as escolas e as mulheres proibidas de andar em público sozinhas, apenas acompanhadas de homens e cobrindo o corpo inteiro. Além disso, não podiam trabalhar, estudar ou serem tratadas por médicos do sexo oposto. Aquelas que se recusavam a seguir as ordens eram castigadas e executadas.

No domingo, a ativista paquistanesa e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, também compartilhou suas preocupações no Twitter.

"Nós assistimos em completo choque o Talibã assumindo o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com as mulheres, as minorias e os defensores dos direitos humanos. Os poderes globais, regionais e locais devem pedir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis", disse a jovem ativista.

Em 2012, Malala se tornou um símbolo em defesa dos direitos humanos depois que sobreviveu a um tiro na cabeça disparado por um atirador do Talibã no Paquistão.

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