Imagem meramente ilustrativa da neurociência - Imagem de Sabine Zierer por Pixabay
Ciência

Ciência que revelou a busca da filosofia: a história da neurociência

No mês que simboliza as campanhas de prevenção ao suicídio, o neurocientista Fabiano de Abreu explica a importância do estudo da neurociência

Redação Publicado em 21/09/2020, às 10h57

Quando se fala em neurociência, é preciso entender a sua participação na revolução da humanidade, pois ela também pode ser considerada a ciência da filosofia. Para estudos, a filosofia é a mãe da ciência, aquela que existe na mente daqueles que querem encontrar na razão os questionamentos que permitem estudar as curiosidades e fazer observações para descobrir verdades da vida.

O neurocientista, neuropsicólogo, filósofo e escritor Fabiano de Abreu apresenta uma linha do tempo com grandes descobertas sobre o cérebro que aconteceram ao longo de milhares de anos até chegar aos dias atuais.

O cérebro humano apresenta uma grande diferença em relação ao dos outros animais: o seu raciocínio é proveniente de uma região chamada lobo frontal. Além disso, os seres humanos apresentam essa particularidade de usarem a mente em tudo, daí a importância da neurociência, que é a base filosófica para se explicar e entender essa racionalidade.

O cérebro humano /Crédito: Imagem de Pete Linforth por Pixabay

 

Para entender estes questionamentos, o neurofilósofo Fabiano de Abreu cita o exemplo da campanha Setembro Amarelo: “Este é o mês que simboliza as campanhas de prevenção ao suicídio, e é preciso lembrar que nunca na história houve tantos casos de pessoas que tiraram a própria vida como agora. A humanidade, que sempre questionou o motivo que levassem as pessoas a cometerem tal alto, agora encontra na neurociência uma maneira de estender as disfunções neuronais no cérebro”.

Segundo o neurocientista, “o suicídio pode ou não estar relacionado à depressão, mas certamente está em relação às disfunções nos neurotransmissores, que são os mensageiros químicos no cérebro”. Para quem não sabe, eles são os responsáveis pelo sono, humor, bem-estar, sensação de recompensa, motricidade, e mais.

Segundo ele, a prática destes atos impensáveis ou a falta de raciocínio “estão relacionados a esta disfunção em como a mensagem é transmitida desde a parte mais primitiva do cérebro até a mais recente, que é onde se regula a razão, a lógica e o nosso consciente”.

Atualmente, Fabiano de Abreu lembra que graças à neurociência, a sociedade pode entender que “tudo isso está relacionado a fatores comportamentais definidos desde a nossa personalidade genética e a personalidade proveniente desta priori moldada pelo mundo externo, pela experiência de vida e os medos, traumas, acontecimentos em nossa trajetória”.

Ou seja, de uma forma clara, pode-se dizer que doenças, lesões, malformações, alterações genéticas e até mesmo apenas atitudes, hábitos e comportamentos ao longo da vida podem interferir no funcionamento do cérebro.

A história e o presente

No entanto, a sociedade do século 21 teve o cérebro afetado. A constatação do neurocientista é argumentada da seguinte maneira: “A história é responsável pelo presente, já que, estamos doentes mentalmente e descontrolados nos nossos instintos mais primitivos. De forma abrupta, viramos a chave da evolução com a tecnologia que nos proporcionou mudanças comportamentais que afetaram nosso instinto natural de sobrevivência”.

A evolução do ser humano é um processo contínuo e constante, mas que demorou milhares de anos para acontecer. Agora, “burlamos nossa história e cobramos desde já soluções para equilibrar nossas disfunções relacionadas a um presente ansioso, atribulado de afazeres que ultrapassam a nossa natureza de sobreviventes. Hoje sofremos, pois não mantemos as rotinas determinadas em nosso código genético para a nossa sobrevivência”, analisa.

No passado, os filósofos, em busca da razão, criaram metas e praticaram o que hoje é chamado de neuroplasticidade cerebral. Conforme conceituado por Fabiano, eles dedicavam seu tempo em estudos que alimentavam mais ainda seus cérebros, tornando-os mais inteligentes para descobertas de acordo com a época.

“A participação de cada um dos nomes da história foi necessária para todas as descobertas e para alcançarmos o patamar de conhecimento que temos nos dias de hoje. Uma ideia leva a outra, que se desvendam e desenvolvem mutuamente aproveitando o que temos de melhor em relação aos demais seres vivos, que é nossa razão localizada nos lobos frontais”.

Confira uma linha do tempo com grandes descobertas acerca do cérebro e como elas foram transformando a humanidade ao longo dos anos.

Seguindo esta linha do tempo, o ano de 2020 pode ficar marcado para os novos estudos do neurocientista Fabiano de Abreu.

“É possível criar o conceito de Psicoconstrução, que busca revelar de onde nasce a memória e como ela determina quem somos e também as divisões na arquitetura da mente da memória primitiva, passando pelo inconsciente, sobreinconsciente, pré-consciente e consciente. Também conceitos como a fadiga e a sua relação com a não adaptação a um novo presente; a memorização relacionada à inteligência emocional; a inteligência humana resultado de uma evolução despropositada e necessária; a inteligência plena com suas vertentes coligadas à outras inteligências e muitas outras teorias."


Fabiano de Abreu é neurocientista, neuropsicólogo, filósofo e escritor 

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