Montagem mostra Dom pedro II e a bandeira do Brasil Império - TJ-MS e Domínio Público
Dom Pedro II

O que defendem os descendentes de Dom Pedro II?

Entenda quais as propostas dos herdeiros de Dom Pedro II na situação hipotética de uma volta da monarquia

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 16/07/2022, às 16h00

Em 15 de novembro de 1889, a monarquia brasileira chegou ao fim através de um golpe militar. O evento foi o resultado de meses de insatisfação com o governo de Dom Pedro II por parte de diversas camadas sociais, como as novas elites, os grupos políticos mal representados dentro do aparato estatal, e integrantes do Exército em si.

Assim, o Segundo Reinado chegou a um encerramento súbito, com a Família Real sendo obrigada a retornar para Portugal às pressas. Em seu lugar, assumiu o militar Deodoro da Fonseca, que se tornou o primeiro presidente da história brasileira.

Ainda que este episódio tenha ocorrido há 133 anos, de forma que nossa República já é muito mais velha que a monarquia, que durou apenas 67 anos, existe ainda hoje um pequeno grupo de pessoas que defendem uma restauração do regime monárquico. 

Eles são liderados pelos descendentes de Dom Pedro II, que prosseguem reclamando seu direito hereditário pelo esquecido trono brasileiro no século XXI.

Os planejamentos dos membros da casa "Herdeiros do Porvir" foram aprovados em 1991 por Dom Luiz de Orleans e Bragança, o atual chefe da família, que completou 84 anos em junho de 2022.

Na data de publicação desta matéria, é relevante mencionar que ele se encontra em saúde grave, após ser diagnosticado com Alzheimer. Na última semana, os descendentes publicaram um comunicado informando que "a vida do Príncipe caminha agora serena e cristãmente para o desenlace”.

Montagem mostrando Dom Luiz à esquerda, e outros membros da casa imperial à direita, incluindo o próximo membro da linha de sucessão, como Dom Bertrand / Crédito: Divulgação/ Redes Sociais/ Pró Monarquia

 

Entenda abaixo quais seriam as "propostas básicas" elaboradas por eles para um hipotético novo governo imperial, que estão disponíveis em seu site oficial

Mudanças

Entre os planejamentos desenvolvidos com a autorização do bisneto da Princesa Isabel, está a volta do Poder Moderador, que é exercido unicamente pelo imperador, assim como a criação de um Parlamento, que administraria o Poder Executivo.

Já o Poder Legislativo seria exercido da mesma forma como é hoje, através de um Senado e uma Câmara dos Deputados. Curiosamente, os herdeiros também deixam claro que estão abertos à criação de novos estados brasileiros, caso seja a vontade dos moradores dessas regiões:

Manutenção do sistema federativo, comportando a possibilidade de o Parlamento do Império desdobrar em novas unidades federadas as já existentes, sempre mediante consulta popular plebiscitária às populações interessadas", diz o site. 
Fotografia de Dom Pedro II e sua família / Crédito: Domínio Público

 

Outro detalhe interessante é que os Orleans e Bragança não parecem ter guardado ressentimento dos militares, apesar do papel determinante exercido por eles no fim da monarquia brasileira lá em 1889. 

Valorização da grande missão das Forças Armadas como guardiãs da Nação. No seu prestígio e na sua eficiência repousam a paz social e a segurança interna e externa de nossa Pátria, bem como o merecido realce desta no cenário internacional", afirma o portal ainda. 

O tópico que descreve as mudanças na atitude em relação ao Exército brasileiro também garante que seriam "proporcionadas todas as condições para que vivam condignamente, isentos de preocupações materiais que afetem seu moral e os afastem da dedicação integral às lides castrenses [atividades militares]". 

Os Herdeiros do Porvir dedicaram ainda um tópico à garantia da liberdade dos meios de comunicação, que descreveram como detentoras de um "importante papel informador e formador de opinião pública", antes de finalizarem suas propostas com a defesa de laços humanos, enfatizando a importância da família e da confraternização:

Sendo, por excelência, a forma de governo monárquica aquela que mais se aproxima do modelo familiar que deve ser a matriz de todas as sociedades humanas, a restauração do Império deve ser acompanhada de uma ampla confraternização de todos os brasileiros em todo de um comum objetivo, esquecidos seus ódios, malquerenças e divisões de qualquer espécie", conclui o texto. 
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