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Curiosidades / Mama Antula

Mama Antula: O milagre da primeira mulher que vai virar santa na Argentina

A beata María Antonia de Paz y Figueroa, mais conhecida como Mama Antula, teve o processo de canonização defendido pelo papa Francisco

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 19/11/2023, às 12h00

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María Antonia de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula - Divulgação
María Antonia de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula - Divulgação

A Argentina, terra natal do Papa Francisco, está prestes a ter sua primeira santa, a beata María Antonia de Paz y Figueroa, mais conhecida como Mama Antula. A canonização está programada para ocorrer em 2024, e ela se tornará a primeira santa do país. Até então, o único santo argentino era José Gabriel del Rosario Brochero, também conhecido como "o padre gaúcho", canonizado em 2016.

De acordo com o portal de notícias G1, no final do mês de outubro, o papa Francisco aprovou o que a Igreja Católica considera ser um milagre realizado por Mama Antula: a cura de uma freira que estava sofrendo de uma infecção generalizada no corpo. A freira teria recuperado a saúde nos primeiros anos de 1900 após a intercessão de Antula.

Nascida em Santiago del Estero no ano de 1730, Mama Antula foi responsável por fundar a Santa Casa de Exercícios Espirituais de Buenos Aires. Ela faleceu em 7 de março de 1799, e seus restos mortais repousam na igreja de Nuestra Señora de la Piedad, na capital do país.

Admirada pelo papa

O papa Francisco sempre demonstrou entusiasmo pela causa de Mama Antula, desde seus dias como cardeal, quando ainda era conhecido como Jorge Bergoglio.

Enquanto arcebispo em Buenos Aires, o pontífice expressava uma admiração especial por ela, repetindo a frase: "Esta mulher vale ouro".

O papa Francisco / Crédito: Getty Images

Leiga consagrada

Mama Antula é reconhecida como uma leiga consagrada, pois optou por não entrar para um convento, embora também não tenha se casado. Filipe Domingues, vaticanista com doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana, explica que os leigos são pessoas que não são sacerdotes nem religiosos de uma congregação religiosa.

No caso dela, ela fez uma consagração específica. Algumas pessoas resolvem se consagrar mesmo sem entrar em uma instituição oficialmente, sem se tornar freira. Ela não era uma freira. Ela era uma mulher leiga e parece que isso até marcou um pouco a saída da família. Ela foi meio rebelde, não quis nem casar nem virar freira", explica.
Terço católico / Crédito: Imagem de Henryk Niestrój por Pixabay

A jornada

María Antonia deu início à sua jornada após a expulsão dos jesuítas do país, quando tinha apenas 15 anos de idade. Ela, que havia acabado de concluir seus estudos na ordem e era fluente em quíchua — a língua indígena dos países da Cordilheira dos Andes — saiu de casa a pé, a fim de propagar o evangelho.

No ano de 1773, o papa Clemente XIV excluiu os jesuítas da estrutura da igreja devido a questões relacionadas às coroas portuguesa e espanhola, à Igreja Católica e à colonização das Américas. Os jesuítas somente seriam "reincorporados" à ordem em 1814.