Beatriz Flamini descreveu seu experimento como "excelente", dizendo que se dava muito bem consigo mesma
Ingredi Brunato Publicado em 14/04/2023, às 11h01 - Atualizado em 15/04/2023, às 12h31
A atleta espanhola Beatriz Flamini finalizou na última sexta-feira, 14, um experimento de isolamento voluntário que durou 500 dias. Ela passou todo esse tempo, que totaliza um ano e quatro meses, morando dentro de uma caverna a 70 metros do solo.
Hoje aos 50 anos — quando iniciou seu teste de resistência, ela tinha 48 — a mulher ficou sem luz solar, comunicação com outras pessoas, referências de passagem do tempo ou notícias a respeito dos eventos que se desenrolavam no exterior.
"Ainda estou presa em 21 de novembro de 2021. Não sei nada sobre o mundo", revelou ela à imprensa que aguardava por seu retorno na superfície, segundo repercutiu a BBC.
Curiosamente, apesar do teor extremo de sua experiência, Flamini descreveu seu período dentro da caverna de forma positiva, dizendo que foi "excelente, insuperável". Ela também teria aproveitado bastante a própria companhia:
Fiquei em silêncio por um ano e meio, sem falar com ninguém além de mim mesma (...) Eu me dou muito bem comigo mesma", explicou ela.
Essa quietude toda, aliás, teria feito com que a espanhola experienciasse algumas alucinações auditivas: "Você fica em silêncio e o cérebro inventa", observou.
A atleta teria se entretido lendo (no total, acabou consumindo 60 livros durante os 500 dias de reclusão), escrevendo, desenhando, fazendo exercícios e tricotando chapéus de lã. Suas refeições, vale mencionar, eram deixadas em um ponto dos túneis pela equipe que a ajudava a realizar o desafio, tudo sem que houvesse contato direto entre o grupo e a mulher.
Flamini ainda levou equipamentos de filmagens consigo para o subsolo, de forma que fez diversas gravações de si mesma durante seu isolamento. Conforme informado pelo UOL, esses vídeos serão usados para a realização de um documentário a respeito dos 500 dias que a espanhola morou na caverna.
Um detalhe curioso do experimento é que a atleta perdeu completamente a noção de tempo. Embora tenha se tornado a pessoa a ficar mais tempo dentro de uma caverna, não fazia ideia que já havia passado 500 dias quando saiu, achando que havia sido 150 ou 160, no máximo.
Para ver o vídeo da mulher voltando à superfície, clique aqui.
