O caso aponta que o religioso acobertou um sacerdote responsável por abusar de vários jovens
Isabelly de Lima, sob supervisão de Ingredi Brunato Publicado em 02/01/2023, às 12h35
No Tribunal de Traunstein, na Baviera, Alemanha, o processo legal contra o papa eméritoBento XVI continuará em andamento. O caso avalia o suposto acobertamento de um padre alemão pedófilo. Mesmo com a morte do pontífice, que aconteceu no último sábado, 31, o processo irá permanecer aberto.
Andrea Titz, porta-voz do órgão, confirmou a informação à ANSA: "O procedimento seguira os gastos dos herdeiros", disse a representante, ainda que não se saiba quem seriam tais pessoas. Em junho de 2022, Joseph Ratzinger, o papa Bento XVI foi alvo de uma denúncia por parte uma vítima do pedófiloPeter Hullerman, que era padre.
Peter teria sido transferido em 1980 para a Arquidiocese de Munique e Freising durante a gestão de Ratzinger como arcebispo. Essa transferência aconteceu depois que o sacerdote foi acusado de abusar de um menino de 11 anos.
Hullerman manteve suas funções pastorais em Munique, tendo continuado a cometer abusos contra menores de idade. Em 1986, ele foi condenado por seus crimes, mas teve a pena suspensa.
O processo afirma que Bento XVIpossuía "conhecimento da situação e, no mínimo, não levou em consideração que esse sacerdote pudesse repetir seus crimes".
Bento inclusive chegou a negar saber do histórico de crimes do padre, o que fez através de um documento escrito. Durante uma reunião que debateu o caso em janeiro de 1980, porém, ele retificou a declaração.
Segundo o Uol, o papa emérito havia dito que iria se defender na Justiça sobre a acusação antes de falecer. Um relatório divulgado recentemente pela própria Arquidiocese estima que ao menos 497 pessoas foram vítimas de violência sexual no âmbito da instituição entre 1945 e 2019.
