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Notícias / Irã

Alpinista iraniana faz primeira aparição pública após competir sem hijab

Amigos estariam preocupados após não terem notícias dela desde domingo passado, 16

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 19/10/2022, às 11h45

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Montagem mostrando aparição pública da atleta, e sua escalada sem o hijab - Divulgação/ Youtube/ Guardian News
Montagem mostrando aparição pública da atleta, e sua escalada sem o hijab - Divulgação/ Youtube/ Guardian News

Elnaz Rekabi, a atleta que chamou atenção nas redes sociais após participar de um torneio de escalada sem utilizar o hijab, que é determinada como uma vestimenta obrigatória para as mulheres iranianas segundo as leis do país, fez uma aparição pública nesta manhã de quarta-feira, 19. 

A alpinista, que estava competindo na Coreia do Sul, já não respondia às mensagens de seus amigos desde domingo, 16, quando teria iniciado a viagem de volta para o Irã junto ao restante de sua equipe, causando preocupação internacional. 

A nação vive um momento de grande tensão, com as manifestações contrárias à obrigatoriedade do véu já durando cinco semanas, conforme repercutido pelo The Guardian. A estimativa dos grupos de defesa dos direitos humanos é que cerca de 200 pessoas teriam sido mortas nestes protestos, que contam com forte repressão policial. 

Dado o contexto, o vídeo de Rekabi foi encarado por internautas iranianos como um ato de resistência contra o regime do país. Uma mensagem publicada no Instagram da atleta na última terça-feira, 18, todavia, afirma que a ausência do hijab teria sido, na verdade, acidental. 

Em declaração à multidão que veio saudá-la no aeroporto de Teerã, capital iraniana, nesta quarta-feira, 19, a alpinista novamente enfatizou que teria simplesmente esquecido de colocar o véu. 

Como eu estava ocupada colocando meus sapatos e meu equipamento, isso me fez esquecer de colocar meu hijab e então fui competir (...) Voltei ao Irã com paz de espírito, embora estivesse com muita tensão e estresse. Mas até agora, graças a Deus, nada aconteceu", afirmou ela, ainda de acordo com o The Guardian. 

Vale mencionar, no entanto, que a BBC havia divulgado anteriormente ter ouvido de "fontes informadas" que Rekabi teve seu celular confiscado no domingo. 

Neste ano, o Irã também televisionou aquilo que é descrito por ativistas locais como "confissões forçadas" de mulheres que violaram as leis do hijab. 

As manifestações 

Os intensos protestos da população iraniana foram iniciados em reação à morte de Mahsa Amani, de 22 anos, que teria entrado em coma e falecido após sofrer um suposto espancamento policial por andar em público sem usar o véu tradicional islâmico.