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Notícias / Cartas

Após 250 anos, cartas da Guerra dos Sete Anos são abertas pela primeira vez

Um professor de história da Universidade de Cambridge disse ter encontrado as correspondências “por curiosidade”

Redação Publicado em 07/11/2023, às 18h38

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Imagem ilustrativa de correspondências - Licença Creative Commons via PxHere
Imagem ilustrativa de correspondências - Licença Creative Commons via PxHere

Pela primeira vez, cartas enviadas a marinheiros franceses durante sua atuação em um conflito do século 18 foram abertas. As correspondências, que nunca haviam sido entregues, foram lidas e estudadas pela primeira vez em mais de 250 anos. 

Os escritos apresentam uma visão única na realidade dos marinheiros e suas famílias. Entre elas, é possível encontrar relatos da esposa de um oficial de alto escalão e até mesmo a repreensão de uma mãe idosa ao seu filho que não escreve para a família. 

Conforme repercutido pelo UOL, as cartas foram apreendidas pela Marinha Real britânica durante a Guerra dos Sete Anos, um conflito entre as monarquias da França e da Inglaterra, que chegou ao fim em 1763. 

Correspondências

Ao seu marido, Louis Chamberlain, que serviu como primeiro-tenente de um navio de combate francês em 1758, Marie Dubosc escreveu: “Eu poderia passar a noite escrevendo para você… Sou sua esposa sempre fiel”.

Louis nunca chegou a receber as palavras de afeto, pois seu navio, o Galatee, foi capturado pelos britânicos durante o conflito, como apontado pelos pesquisadores da Universidade de Cambridge. Marie faleceu no ano seguinte, antes da libertação de seu marido. 

Em outra correspondência, enviada no dia 27 de janeiro de 1758, a mãe de um jovem marinheiro da Normandia chamado Nicolas Quesnelrepreendeu o filho por sua falta de comunicação. 

Penso mais em você do que você em mim. De qualquer forma, desejo a você um feliz ano novo cheio de bênçãos do Senhor. Acredito que estou perto do túmulo, estive doente por três semanas. Cumprimente Varin [um colega do navio], apenas sua esposa me dá notícias sobre você", disse Marguerite, de 61 anos. 

Coincidências

Inicialmente, as 104 cartas foram consideradas documentos de interesse militar, até serem encaminhadas aos arquivos nacionais britânicos, onde permaneceram seladas, até que Renaud Morieux, um professor de história de Cambridge, expressou um interesse pelos papéis. 

Após pedir a caixa que guardava as cartas “só por curiosidade”, Morieux chegou a conclusão de que era “a primeira pessoa a ler essas mensagens tão pessoais desde que foram escritas”. 

Com o auxílio de uma pesquisa genealógica, o historiador identificou todos os 181 tripulantes do Galatee, além de localizar as pessoas que escreveram cartas para eles. O conteúdo das três pilhas de correspondências foi publicado nesta terça-feira, 7, na revista acadêmica Annales. Histoire, Sciences Sociales.