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Notícias / Morcego

Após mais de um século sem registros, morcego raro é encontrado no Paraná

Espécie descrita em 1916 por naturalista inglês nunca mais havia sido avistada

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 22/11/2023, às 11h08

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Morcego raro encontrado; à direita o naturalista inglês Michael Rogers Oldfield - Divulgação/Vinícius C. Cláudio/Fiocruz/Promasto e John Ernest Breun/Wikimedia Commons
Morcego raro encontrado; à direita o naturalista inglês Michael Rogers Oldfield - Divulgação/Vinícius C. Cláudio/Fiocruz/Promasto e John Ernest Breun/Wikimedia Commons

Uma rara espécie de morcego, que não era vista há mais de um século foi redescoberta entre os campos naturais e as florestas de araucárias do Paraná. Detalhes desse novo avistamento foram publicados em setembro no periódico ZooKeys.

Com aproximadamente 12 centímetros da cabeça aos pés, o pequeno morcego — da espécie Histiotus alienus —, foi inicialmente documentado em 1916 pelo naturalista inglês Michael Rogers Oldfield Thomas, após ser capturado em Joinville, no norte de Santa Catarina. O animal foi catalogado entre as espécies da biodiversidade da América do Sul no Museu de História Natural de Londres.

No entanto, desde então, nenhum outro exemplar de H. alienus havia sido registrado, até 2018, quando pesquisadores brasileiros encontraram o espécime em Palmas, no sudoeste do Paraná. Segundo a revista Galileu, a captura do morcego se deu durante um trabalho do projeto Promasto (“Mamíferos do Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas e do Parque Nacional dos Campos Gerais”).

Analisando o exemplar

Os cientistas, que fazem parte do Laboratório de Análise e Monitoramento da Mata Atlântica (Lamma) da UFPR, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), compararam o exemplar com dados de outros países, concluindo que se tratava de um morcego do gênero Histiotus, conhecido por suas orelhas em formato de vela e corpo coberto por pelos amarronzados.

Após comparação com o primeiro exemplar recolhido de H. alienus, presente no Museu de Londres, os pesquisadores consideraram o achado significativo, capaz de fornecer informações valiosas sobre a evolução, relações de parentesco e morfologia da espécie.

Liliani Marilia Tiepolo, coordenadora do projeto de pesquisa, destacou que essa descoberta pode indicar uma espécie naturalmente rara, afetada pela devastação passada e presente da Mata Atlântica, ou uma espécie difícil de ser coletada com técnicas tradicionais