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Notícias / Guinness World Records

Bobi: Entenda por que o animal perdeu o título de "cão mais velho do mundo"

No ano passado, o cão português Bobi, da raça rafeiro do alentejo, foi premiado no Livro dos Recordes como o cachorro mais velho que já viveu; recentemente, porém, título caiu

Éric Moreira Publicado em 22/02/2024, às 13h00 - Atualizado às 13h50

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Bobi, o cachorro que conquistou o título de mais velho da história pelo Guinness - Divulgação/Guinness World Records
Bobi, o cachorro que conquistou o título de mais velho da história pelo Guinness - Divulgação/Guinness World Records

Em 2023, um cachorro português chamado Bobi, da raça rafeiro do alentejo, chamou grande atenção ao conquistar o título de cão "mais velho do mundo" no Guinness World Records, o livro dos recordes, com supostos 31 anos e cinco meses de vida. O título, porém, caiu recentemente.

Ainda em 2023, oito meses depois de Bobi ser declarado não só como o cão vivo mais velho do mundo, como também como o cão mais velho de todos os tempos, ele morreu, no mês de outubro. Porém, desde sua nomeação para o recorde, muito já se discutia se ele realmente tinha a idade que seu dono alegava que tivesse.

Em comunicado recente, o Guinness World Records alegou, então, ter concluído que "não tem mais as evidências necessárias para apoiar a afirmação de Bobi como detentor do recorde".

Vale mencionar que 31 anos e cinco meses, considerando-se a vida de um cão, é quase como se o animal tivesse cerca de 220 anos, o que é descrito como "completamente implausível" por Danny Chambers, veterinário e membro do conselho do Royal College of Veterinary Surgeons.

Antes de Bobi, o animal detentor do título de cachorro que mais viveu no mundo era Bluey, um pastor australiano que morreu em 1939 aos 29 anos e cinco meses. Agora, ele volta a ser considerado detentor do recorde.

Fotografias de Bobi / Crédito: Divulgação/Guinness World Records

Suspeitas

Conforme repercutido pelo The Guardian, logo após a "coroação" de Bobi, especialistas veterinários de vários lugares levantaram questões sobre o quão possível biologicamente era para um cão viver por mais de 30 anos. Além do mais, supostas fotografias de Bobi em 1999 mostravam que as patas do cachorro tinham cores diferentes das do animal que morreu no ano passado.

Embora a idade de Bobi estivesse registrada na base de dados de Portugal de animais de estimação, céticos também afirmavam que essa fonte baseava-se apenas na autocertificação dos proprietários; além de que a aplicação de chips nos animais de estimação só teve início em 2008.

Após testes genéticos, foi estabelecido que Bobi era, sim, um cão bastante velho, mas não foi estimada uma idade exata — embora certamente não fosse a mesma alegada por seu dono.

Dias após a morte de Bobi, Danny Chambers sugeriu que as alegações de que o cão teria vivido por mais de três décadas eram falsas. Porém, ele também conta que "nenhum" de seus 18 mil colgas do grupo Veterinary Voices, que ele dirige, realmente acreditava que o cachorro tivesse 31 anos.

Isto equivale a um ser humano viver mais de 200 anos, o que, dadas as nossas atuais capacidades médicas, é completamente implausível. Alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias, e nenhuma evidência concreta foi fornecida para provar sua idade", disse ao Guinness World Records.

Por fim, após ter anunciado que Bobi foi riscado do livro dos recordes, Mark McKinley, do grupo Guinness e responsável pela condução da revisão do caso, pontuou: "Temos um enorme orgulho em garantir da melhor maneira possível a precisão e integridade de todos os nossos títulos de discos."