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Notícias / História

Como mudanças climáticas levaram antigos hominídeos a cruzar entre si?

Novo estudo sugere possibilidade para cruzamentos entre neandertais e denisovanos no passado

Éric Moreira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 21/08/2023, às 08h56 - Atualizado às 09h06

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Imagem ilustrativa de família de neandertais - Foto de 12019 pelo Pixabay
Imagem ilustrativa de família de neandertais - Foto de 12019 pelo Pixabay

Um novo estudo sugere que dois antigos grupos já extintos de hominídeos, os neandertais e os denisovanos, teriam se encontrado geograficamente e cruzado entre si no passado graças às mudanças climáticas do tempo que viviam. A nova possibilide surgiu baseada em simulações de supercomputadores alimentados com informações paleoantropológicas.

Hoje, já é de conhecimento pela comunidade científica que, ao longo da história, houve encontros entre diferentes espécies de hominídeos, como os humanos modernos (Homo sapiens) com os antigos neandertais (Homo neanderthalensis). E esses encontros poderiam levar a consequências imprevisíveis, que variavam desde a coexistência entre diferentes espécies e a dizimação de uma sob a outra.

De acordo com a Revista Galileu, estima-se que 2% da composição genética da maior parte da população africana deriva de neandertais (estes que habitavam florestas temperadas e pastagens, com climas mais quentes), e até 5% do genoma de pessoas do sudeste asiático e da Oceania é relacionado aos denisovanos (mais adaptados ao frio, ocupavam as florestas boreais e tundras). Logo, teoricamente seria impossível que estes dois antigos grupos de hominídeos se cruzassem.

No entanto, em 2018 esse pensamento caiu, depois que foi descoberto um indivíduo na caverna Denisova, no território russo, que foi identificado como se tratando de um filho de um pai denisovano com uma mãe neandertal. Mas esse não foi um caso isolado: ao longo de anos, naquela mesma caverna foram encontrados artefatos pertencentes a ambos os grupos, sugerindo coexistência entre eles.

Habitats sobrepostos

Com essa nova informação, de que neandertais e denisovanos conviveram entre si, apesar das diferenças fisiológicas, uma nova questão foi levantada: quais condições levaram a esses encontros? Foi então que, para tentar responder a questão, pesquisadores utilizaram-se de supercomputadores que, alimentados com informações paleoantropológicas, elaboravam simulações que pudessem apontar uma possibilidade para o fenômeno.

Segundo Jiaoyang Ruan, principal autor do estudo, em nota, os "habitats [dos neandertais e denisovanos] eram separados geograficamente, com os neandertais preferindo tipicamente o sudoeste da Eurásia e os denisovanos o nordeste".

Porém, conforme mostraram as simulações, os habitats desses hominídeos poderiam se sobrepôr nos períodos interglaciais quentes, possibilitando encontros, interações e até acasalamentos entre eles, conforme apontado pelo coautor Axel Timmermann.

+Confira o estudo na íntegra, publicado no dia 10 de agosto na revista Science, clicando aqui.