Grupo chamado de 'Herdeiros da Escravidão' entrou em contato com o governo britânico para realizar a iniciativa
Redação Publicado em 24/04/2023, às 12h03
Alguns descendentes de famílias que possuíam escravos no passado se reuniram para criar o órgão ativista 'Herdeiros da Escravidão' a fim de iniciar um esforço de reparação histórica pelos atos inumanos de seus antepassados.
A escravidão britânica era apoiada pela lei, industrializada e baseada inteiramente na raça. A Grã-Bretanha nunca se desculpou por isso, e seus efeitos posteriores ainda prejudicam a vida das pessoas na Grã-Bretanha, bem como nos países caribenhos onde nossos ancestrais ganharam dinheiro", afirmou o jornalista Alex Renton, um dos fundadores da entidade, em uma declaração repercutida pelo The Guardian.
O Herdeiros da Escravidão inclui figuras como David Lascelles, o conde de Harewood, que é primeiro de segundo grau do rei Charles III; assim como o empresário Charles Gladstone, descendente de um homem que foi primeiro-ministro da Inglaterra entre 1892 e 1894, na Era Vitoriana; e até mesmo o famoso escritor Richard Atkinson.
O grupo, cujos integrantes admitem virem de famílias que se beneficiaram financeiramente de sua participação no sistema escravocrata, entrou em contato com o governo britânico para elaborar atos de justiça reparadora.
Ainda de acordo com o The Guardian, o projeto ativista apoia a Comissão de Reparações da Caricom, que é um bloco de cooperação política e econômica entre 15 países e 5 territórios do Caribe.
A região caribenha, vale lembrar, foi um dos principais locais sujeitos à colonização e exploração não só pelo antigo Império Britânico, mas também de outras nações mais ricas — tendo sido ainda, infelizmente, palco do horrível genocídio de seus povos nativos.
