Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Arqueologia

Dezenas de sepulturas da Idade da Pedra são descobertas na França

Na região central da França, sítio arqueológico neolítico foi palco da descoberta de 63 sepulturas e outras estruturas e artefatos da Idade da Pedra

Éric Moreira Publicado em 19/03/2024, às 09h10

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Esqueleto encontrado no sítio arqueológico na França - Divulgação/Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva (INRAP)
Esqueleto encontrado no sítio arqueológico na França - Divulgação/Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva (INRAP)

Escavações recentes em Clermont-Ferrand, uma cidade da região de Auvergne, no centro da França, revelaram 63 sepulturas e mais centenas de estruturas e artefatos que servem de indício de ocupação humana na região no período Neolítico, ao longo de cerca de 4 mil anos. O local foi descoberto durante obras na década de 1980, mas só desde 2019 ele vem sendo escavado.

+ Mais de mil sepulturas e antiga vila medieval são encontradas em abadia na França

Segundo uma declaração do Instituto Nacional de Investigação Arqueológica Preventiva (INRAP) da França, uma datação por radiocarbono de achados do local revelam que a área já era visitada por humanos ainda antes de 6.000 a.C., na época do Mesolítico. Porém, a maioria dos restos mortais e achados compreendem ao período Neolítico, quando os humanos começaram a criar assentamentos e a depender da agricultura.

Entre os achados, há uma variedade de tumbas descritas como "sepulturas simples", sem mobílias, onde os falecidos eram enterrados deitados e com os joelhos dobrados. Porém, também chamam atenção alguns túmulos construídos com pedras empilhadas, que possivelmente estavam cobertos por montes de terras, onde existiam "arranjos complexos, às vezes acomodando vários indivíduos", datados do quinto milênio a.C., segundo o comunicado.

Os arqueólogos também encontraram cistas — sepulturas feitas de longas lajes rochosas —, mas datadas de um período em que as pessoas já não habitavam aquele local, mas o utilizavam apenas como cemitério. Então, por volta do quarto milênio a.C., a cremação foi uma prática introduzida, conforme revelam vestígios em algumas tumbas; e nesse período, o local voltou a ser habitado.

O local ainda teria sido utilizado como ponto de sepultamento de humanos e animais, conforme revelado após a descoberta de restos de gado sacrificado, até o início do segundo milênio a.C.

Objetos

Além das sepulturas em si, os arqueólogos também desenterraram no local uma série de objetos e artefatos antigos. Entre eles, está um pedaço polido de chifre de veado, colocado de maneira proeminente em um crânio humano. Também são descritas algumas urnas esférias quebradas, recipientes de cerâmica, uma presa de javali que pode ter servido como pulseira, e uma ponta de flecha de sílex.

Um objeto que chama atenção foi a cabeça de um machado com cerca de 3,3 mil anos, descrito como sendo de "acabamento excepcional". Este objeto foi esculpido em uma rocha conhecida como serpentinita, e foi "deliberadamente quebrado" em três pedaços, aponta o comunicado.

Cabeça de machado encontrada na França / Crédito: Divulgação/Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva (INRAP)

Por fim, os pesquisadores apontam no comunicado que o local foi palco de uma "longa ocupação neolítica", embora com algumas lacunas em sua ocupação, passando por mudanças nos costumes funerários.

As práticas e gestos funerários apresentam uma grande variedade, que deverá ser analisada detalhadamente para reconstituir a história deste local emblemático do Neolítico Auvergne", finaliza o comunicado.