Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Arqueologia

Egípcios antigos tentaram tratar câncer há 4 mil anos, indica novo estudo

Estudo analisou crânio de homem de 4 mil anos que sugere cirurgias contra o câncer no Egito Antigo, mudando o que pensávamos sobre a medicina moderna

Crânio de 4 mil anos analisado em novo estudo - Divulgação/Tondini, Isidro, Camarós, 2024
Crânio de 4 mil anos analisado em novo estudo - Divulgação/Tondini, Isidro, Camarós, 2024

Segundo um novo estudo, os antigos egípcios podem já ter tentado tratar o câncer cirurgicamente há mais de 4 mil anos, muito antes do que se pensava.

Publicado nesta quarta-feira, 29, na revista Frontiers in Medicine, no novo estudo os pesquisadores analisaram um crânio humano da Coleção Duckworth, da Universidade de Cambridge, datado de algum período entre 2.686 a.C. e 2.345 a.C.. No crânio, foram encontradas evidências de um grande tumor primário, e outras mais de 30 lesões metastáticas menores.

Essas lesões menores, descobriu a pesquisa atual, foram feitos propositalmente com algum objeto pontiagudo, sendo uma sugestão de que algum médico antigo tentou tratar cirurgicamente o câncer do paciente, que tinha cerca de 30 anos quando morreu.

Vale mencionar que, até agora, a descrição mais antiga de câncer da história era datada de algum período por volta de 1.600 a.C., também do Egito, que poderia ser cópia de alguma obra de séculos antes. No texto são descritos vários tumores de mama, e era sublinhado que não havia qualquer tratamento para a doença.

O que descobrimos é a primeira evidência de uma intervenção cirúrgica diretamente relacionada ao câncer. É aqui que começa a medicina moderna", afirma ao Live Science o co-autor do estudo Edgard Camarós Perez, paleopatologista da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha.

Medicina egípcia avançada

No estudo, também foi analisado o crânio de uma mulher que viveu entre 664 a.C. e 343 a.C., que morreu com cerca de 50 anos, cujo crânio também estava na Coleção Duckworth. Assim como o homem, ela tinha uma grande lesão no crânio que sugeria câncer — mas talvez não tenha sido essa a causa de sua morte, já que também tinha duas lesões traumáticas, possivelmente por um ataque com arma afiada.

+ Segundo estudo, câncer é 100 vezes mais comum hoje que no Egito Antigo

Em ambos os casos, foi possível constatar que as lesões traumáticas foram adequadamente curadas, sugerindo que a medicina era avançada o suficiente no Egito Antigo, há 4 mil anos, para tratar traumas — porém, ainda não para o câncer.

Marca de tumor em crânio do Egito Antigo / Crédito: Divulgação/Tondini, Isidro, Camarós, 2024

Agora, os pesquisadores esperam compreender cada vez mais sobre a medicina da antiguidade, para entender como as diferentes civilizações lidavam com o câncer ao longo dos milênios.