Estrutura descoberta em Tecacahuaco, no México, teria sido usada por moradores locais em práticas ritualísticas de cura católico-pré-hispânicas
Recentemente, arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México encontraram na cidade de Tecacahuaco, do estado de Hidalgo, uma antiga estrutura de pedra circular pré-hispânica, que teria sido usada por moradores locais em rituais de cura.
Segundo lendas locais, de acordo com o Heritage Daily, no passado, um padre da cidade havia ordenado a destruição de qualquer monumento e ídolo pré-hispânico — logo, não-católico —, considerando-os como "resquícios imorais do paganismo".
Porém, mesmo com a destruição da maioria dos monumentos, curandeiros dos povos pré-hispânicos continuaram visitando uma pequena colina considerada sagrada, onde faziam oferendas cerimoniais com licor, pão ou zacahuil (um prato típico e anterior aos espanhóis na região), para curar doentes.
Esse é um exemplo de prática típica da cultura mexicana, que mescla rituais católicos e tradições sagradas pré-hispânicas.
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Em meio a trabalhos agrícolas, um fazendeiro local descobriu na colina "sagrada" de Tecacahuaco os restos arquitetônicos de uma grande estrutura. Depois que os arqueólogos do INAH escavaram, descobriram uma construção pré-hispânica de base circular, com 15 metros diâmetro e 3,5 metros de altura.
Conforme descrito em comunicado do INAH, a estrutura apresenta uma escadaria central, ladeada por duas alfardas. Sua datação preliminar, por sua vez, remete a entre 900 d.C. e 1521 d.C., durante o período pós-clássico — no fim do qual muitas culturas e civilizações mesoamericanas foram subjugadas e dizimadas sob domínio espanhol.
Apesar das lendas, os pesquisadores pontuam que o verdadeiro objetivo da estrutura ainda é desconhecido, mas pode não diferir muito do que se sabe popularmente. Ainda assim, a falta de grandes assentamentos pré-hispânicos na região torna ainda mais difícil solucionar essa questão.
Este é o primeiro projeto que o INAH empreendeu em Tecacahuaco, uma cidade na região de Huasteca, em Hidalgo", afirma Osvaldo José Sterpone, do INAH, no comunicado.
"Iniciamos os trabalhos de fotogrametria e análise que nos permitirão documentar as características dos edifícios nos registros do Registro Público de Monumentos e Zonas Arqueológicas e Históricas, a fim de dar certeza e identidade a esta área de monumentos", conclui.
