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Notícias / Fósseis

Fósseis de peixes encontrados no Brasil têm partes de órgãos preservadas

Fósseis do período Paleozoico contam com cérebros preservados, além de outros tecidos moles, como partes de corações, olhos e guelras

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 12/06/2024, às 15h15

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Fósseis de peixes datados do Paleozoico - Divulgação/Rodrigo Tinoco Figueroa
Fósseis de peixes datados do Paleozoico - Divulgação/Rodrigo Tinoco Figueroa

Um estudo baseado em fósseis descobertos no Brasil sugere que a história evolutiva dos cérebros dos peixes com nadadeiras raiadas – como cascudo, bagre, atum e salmão – é mais complexa do que se pensava.

Publicada na revista Current Biology, a pesquisa foi conduzida por uma equipe liderada pelo brasileiro Rodrigo Tinoco Figueroa, doutorando na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Os espécimes em questão foram emprestados pelo Centro Paleontológico da Universidade do Contestado, localizado em Mafra, no estado de Santa Catarina.

Dentre os registros, vale destacar, os pesquisadores identificaram cérebros bem preservados datados do período Paleozoico. De acordo com o portal Galileu, também foram encontrados outros tecidos moles, como fragmentos de coração, olhos, meninges e guelras.

Os fósseis não mostram apenas uma extensa preservação de tecidos moles, mas também fornecem um vislumbre da evolução do cérebro de peixes que viveram há mais de 290 milhões de anos”, explica Figueroa em comunicado.

Registros desse tipo são as únicas evidências diretas de elementos de tecidos moles do passado. Assim, o estudo contribui para construir a narrativa evolutiva da seleção natural que resultou nas características observadas nas espécies modernas.

“Ainda me lembro da primeira vez que olhei para o exame de um dos espécimes”, disse o brasileiro, que destacou: "Fiquei entusiasmado só de ver todos os detalhes preservados nos ossos e foi então que percebi que havia mais. Era um olho em condições quase imaculadas. A partir daquele momento, foi uma aventura encontrar cada vez mais tecidos moles preservados e compará-los com peixes vivos”.

Espécies distintas

A equipe avaliou os crânios fósseis utilizando tomografias computadorizadas. Com essa abordagem, os investigadores concluíram que os registros pertenciam a duas espécies distintas.

De acordo com os especialistas, os dois grupos de animais apresentavam morfologia cerebral diferente. Um deles parecia relacionado a fósseis mais jovens, sendo a primeira evidência de um telencéfalo evertido em um peixe fóssil com esse tipo de nadadeira, ou seja, uma região cerebral invertida.

“Embora, no momento, as informações ainda não sejam suficientes para fornecer uma imagem clara da evolução desses animais, são uma indicação de que uma preservação tão extensa de tecidos moles é possível”, explica Figueroa, que aponta: “Acredito que muitas outras descobertas poderão surgir nos próximos anos”.

+ Confira aqui o estudo completo.