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Notícias / Alemanha

Herança nazista: Guaxinins bêbados se tornam ‘praga’ por toda Alemanha

No último ano, 200 mil guaxinins foram mortos, mas eles continuam invadindo casas para beber cerveja e devorar animais de estimação

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 21/08/2023, às 12h00

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Imagem ilustrativa - Pixabay
Imagem ilustrativa - Pixabay

O povo alemão vem sofrendo com uma herança um tanto peculiar deixada pelo Terceiro Reich: os guaxinins. Acontece que, no país, o mamífero passou a desenvolver um gosto pela cerveja e, agora, passou a invadir a residência das pessoas em busca do líquido.

Segundo o The Telegraph, a população de guaxinins na Alemanha está fora de controle. Somente no último ano, a Associação Nacional de Caça (DJV) exterminou 200.000 guaxinins na tentativa de controlar sua população — há duas décadas, esse índice era de 10 mil por ano.

Embora não sejam uma espécie nativa da Alemanha, eles foram introduzidos no país pelos nazistas e seguem assolando residências. Além de consumirem as cervejas, eles também estão matando os animais de estimação das pessoas.

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De acordo com cientistas, o guaxinim é um "animal inacreditavelmente adaptável" e os esforços de caça não são suficiente para o controle de sua população; que vem crescendo mais rápido do que nunca — o que fez a mídia local classificá-los como "pragas".

Moradores de diversas partes do país relataram que animais estão invadindo suas casas no meio da noite e devorando seus coelhos e peixes de estimação — além de, supostamente, estarem bebendo seus estoques de cerveja.

Berthold Langenhorst, da organização natural NABU, disse que "os guaxinins são engraçados e inteligentes… e gostam de cerveja". O próprio Langenhorst já avistou guaxinins à beira de um lago derrubando garrafas de cerveja para beber o líquido que havia dentro.

Somente em Berlim, o número estimado de guaxinins invasores é de cerca de 1.000. Essas pragas foram encontradas vivendo em vários locais, incluindo escolas, ônibus e jardins. Apesar disso, o senado da cidade se recusou a sancionar a matança dos guaxinins. Em vez disso, eles encorajaram os residentes a trancar suas lixeiras adequadamente.

Os responsáveis pela caça do animal, porém, discordaram da decisão, argumentado que os animais representam "uma verdadeira catástrofe para a vida selvagem nativa". De acordo com a NABU, os guaxinins caçam abibes jovens e milhafres vermelhos ameaçados de extinção — duas espécies de aves nativas.

O DJV ofereceu uma solução única para o problema do guaxinim do país: tornar a carne de guaxinim parte da dieta nacional e usar sua pele para "roupas ecológicas de alta qualidade". Mas a proposta não chegou no plenário de votação até o momento.

Os guaxinins nazistas

Apesar do problema recente, a questão dos guaxinins na Alemanha não é nada nova. Eles foram introduzidos no país em 1934, recorda matéria da DW. Naquele ano, um criador do animal pediu ao Reich Forestry Office, então liderado pelo futuro assessor de Adolf Hitler, Hermann Göring, a permissão para liberar os mamíferos na natureza para "enriquecer a fauna local" dos arredores de Kassel, uma pequena cidade que fica ao norte de Frankfurt.

As peles de guaxinim eram um troféu popular para os caçadores naquela época", explicou o biólogo Ulf Hohmann ao portal alemão.

A população de guaxinins da Alemanha ficou isolada por algumas décadas, mantendo-se nas florestas. Mas desde meados dos anos 2000, eles começaram a chegar às cidades — quando os moradores passaram a notar suas latas de lixo reviradas pela manhã.

Em 2004, a estimativa era de que a população de guaxinins na Alemanha era de entre 100.000 a um milhão. A grande maioria vive nas fronteiras do país e seu número só continuou a subir desde então.