Charles expressou apoio a um projeto de pesquisa que visa investigar o papel da monarquia na escravidão
Nesta quinta-feira, 6 de abril, o Rei Charles III expressou seu apoio a um projeto de pesquisa que visa investigar o papel da monarquia britânica na escravidão, um feito inédito no Reino Unido.
Um porta-voz do Palácio de Buckingham afirmou, em resposta à publicação de um documento pelo jornal The Guardian, que o assunto em questão "é um tema que Sua Majestade leva muito a sério".
O documento revelava uma transação financeira entre um "comerciante de escravizados" e o rei William III, que é um monarca que governou o território britânico de 1689 a 1702.
De acordo com a agência de notícias AFP, o projeto de investigação independente é liderado por um historiador da Universidade de Manchester e conta com o apoio do Historic Royal Palaces, que administra alguns dos castelos reais. O Palácio de Buckingham afirmou ainda que a casa real apoia a investigação, permitindo o acesso à coleção real e aos arquivos reais.
Diversas críticas surgiram nos últimos anos no Reino Unido e em suas ex-colônias acerca do passado imperialista, escravista e colonialista do país, bem como sobre o envolvimento da monarquia nesse processo.
No ano passado, uma viagem do príncipe William e sua esposa Kate ao Caribe foi marcada por um pedido de desculpas do filho mais velho de Charlespelo passado escravocrata do Reino Unido.
A família real britânica também enfrenta acusações de racismo, especialmente após as críticas do príncipe Harry e sua esposa Meghan. No entanto, desde que assumiu o trono, Charles III tem mudado a forma como a família real aborda publicamente essa parte da história do país.
Em novembro passado, ele afirmou que o papel do Reino Unido no tráfico de escravizados não deve ser escondido. Em uma cúpula de líderes da Commonwealth também no ano passado, ele declarou que "devemos reconhecer os erros que moldaram nosso passado" e que continua "aprofundando sua própria compreensão do impacto duradouro da escravidão".
