Situado entre o Peru e a Bolívia, o lago Titicaca apresenta a seu pior nível desde 1996
Redação Publicado em 15/08/2023, às 15h57
O lago Titicaca, situado entre o Peru e a Bolívia, já foi considerado o maior do mundo em relação ao seu volume. Atualmente, seu nível é o mais baixo já registrado, preocupando moradores que dependem do corpo d’água para sobreviver.
Ao longo de sua extensão de 1,1 km, é possível encontrar barcos encalhados em um terreno seco e docas que perderam a sua função, pois o nível de água em alguns pontos é inexistente. Lucia Walper, diretora de meteorologia da Bolívia, afirmou à AFP que as águas do rio se encontram 25 centímetros abaixo da pior medição, feita em 1996.
Pedro De La Cruz, 74, morador da região e ex-funcionário público, chegou a pedir em aimará, sua língua nativa, para Deus mandar chuva para o lago Titicaca. Pedro também clamou por Pachamama, a Mãe Terra dos indígenas locais, conforme repercutido pelo portal O Globo.
Querido Deus, faça chover mais. Ajude-nos, por favor, estamos com sede aqui... Façam vir as chuvas... Pai do céu, tenha piedade. Se não houver água, se não houver chuva, não poderemos viver", suplicou De la Cruz durante uma entrevista à AFP.
O nível do lago Titicaca é mensurado desde 1974. Seu ápice foi atingido em 1986, quando os níveis d’água chegaram a 3.811 metros acima do nível do oceano. Uma década depois, em 1996, esse número caiu para 3.807, e vêm diminuindo desde então.
Walper esclareceu durante uma entrevista à AFP, que a diminuição dos níveis é “resultado da mudança climática”, e “é muito provável que continuem caindo até atingir níveis ainda mais baixos”. Lembrando que o lago Titicaca já possuiu uma dimensão de 8.300 quilômetros quadrados, lhe rendendo o título de maior entre os grandes lagos do mundo.
A diretora também explicou o que causou a queda brusca nos níveis fluviais do lago, ao afirmar que “fatores meteorológicos, hidrológicos e climáticos” afetam diretamente a situação. Ela também acrescentou que a poluição e a pesca ilegal contribuíram para a situação atual. “É uma questão global”, concluiu Walper, se referindo a natureza dos principais fatores, decorrentes das mudanças climáticas.
