Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Megalodonte

Megalodonte: A ‘vantagem’ evolutiva que contribuiu para a extinção da espécie

Extinto há 3,6 milhões de anos, Megalodonte tinha uma característica diferente de outras criaturas marinhas; o que pode ter causado seu fim

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 27/06/2023, às 12h52

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Ilustração artística do megalodon - Nobu Tamura via Wikimedia Commons
Ilustração artística do megalodon - Nobu Tamura via Wikimedia Commons

Medindo entre 10,5 e 18 metros de comprimento, o megalodonte foi extinto há 3,6 milhões de ano. Considerado um dos maiores e mais poderosos predadores de todos os tempos, seus dentes são do tamanho de uma mão humana.

Análises recentes feitas por cientistas ambientais revelam outra característica do animal marinho que pode ter sido crucial para seu fim: o megalodon era um animal de sangue quente e podia regular sua temperatura corporal.

Analisando o esmalte dentário da criatura, pesquisadores descobriram que as espécies mais antigas do predador mantinham uma temperatura corporal cerca de 7ºC mais quente do que a água circundante.

+ O misterioso cemitério de dentes de tubarões encontrados no oceano Índico

Essa diferença é bem maior do que outros tubarões que viveram ao lado do megalodonte — e grande o suficiente para considerar o animal como uma espécie de sangue quente. Isso pode explicar o motivo dele ter sido extinto há 3,6 milhões de anos; afinal, ele precisava de muita energia para se manter aquecido.

O estudo

Robert Eagle, professor assistente de ciências atmosféricas e oceânicas na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e principal autor do estudo, falou sobre a importância da pesquisa, conforme repercutido pelo Daily Mail.

Estudar os fatores determinantes por trás da extinção de um tubarão predador de grande sucesso como o megalodonte pode fornecer informações sobre a vulnerabilidade de grandes predadores marinhos em ecossistemas oceânicos modernos experimentando os efeitos da mudança climática em curso", apontou.

Os megalodontes pertenciam à família Lamnidae (os tubarões de cavala) — o mesmo grupo que hoje estão o grande tubarão-branco e o tubarão-debulhador. Enquanto a maioria dos peixes tem sangue-frio, com temperaturas corporais iguais às da água ao redor, os tubarões-cavala mantêm a temperatura de todo ou de partes de seus corpos um pouco mais quente do que a água ao seu redor

O corpo mais quente de megalodonte, por exemplo, permitiu com que a espécie se movesse mais rápido e também tolerasse águas mais frias; o que contribuiu para sua expansão. Mas foi justamente essa 'vantagem' evolutiva que ajudou em sua queda, visto que o resfriamento global neste período causou mudanças no nível do mar e também no âmbito ecológico — as quais o predador não sobreviveu.

"Manter um nível de energia que permitiria a temperatura corporal elevada do megalodonte exigiria um apetite voraz que pode não ter sido sustentável em um momento de mudança nos equilíbrios do ecossistema marinho", apontou Randon Flores, outro pesquisador envolvido no estudo, do Departamento de Ciências Atmosféricas e Oceânicas da Universidade da Califórnia.

As descobertas foram publicadas na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.