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Notícias / Arqueologia

Moedas de prata revelam conexões nos séculos 7 e 8

Análise de 49 moedas de prata antigas revela conexões entre Inglaterra e outros países da Europa nos séculos 7 e 8 d.C.; entenda!

Éric Moreira Publicado em 09/04/2024, às 11h16

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Moedas de prata analisadas em estudo - Divulgação/Antiquity
Moedas de prata analisadas em estudo - Divulgação/Antiquity

Recentemente, foi publicado na Antiquity uma análise de 49 moedas de prata cunhadas onde hoje estão Inglaterra, Bélgica, Holanda e França, que revelaram mais sobre as relações entre esses países nos séculos 7 e 8 d.C.

O estudo foi desenvolvido por uma equipe em parceria das universidades de Oxford, de Cambridge e da Vrije Universiteit Amsterdam. Já as moedas analisadas eram parte da coleção do Museu Fitzwilliam em Cambridge.

Segundo um coautor da pesquisa, o professor Rory Naismith, "houve especulações de que a prata veio de Melle, na França, ou de uma mina desconhecida, ou que poderia ter sido derretida na prata da igreja. Mas não havia nenhuma evidência concreta que nos dissesse de uma forma ou de outra, então partimos para encontrá-la."

Para detectar as origens da prata utilizada nas moedas, os pesquisadores as submeteram a uma análise química.

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Resultados

Foi com os estudos que os pesquisadores descobriram que as moedas mais antigas, cunhadas entre os anos de 660 e 750, eram originárias do Mediterrâneo oriental, ou seja, prata derretida do antigo Império Bizantino.

É justo dizer que ficamos surpresos com este resultado", afirma a principal autora do estudo, Dra. Jane Kershaw, da Universidade de Oxford, ao Heritage Daily.

"Sabemos de alguma prata bizantina sobrevivente da Inglaterra anglo-saxônica, a mais famosa de Sutton Hoo, mas quantidades muito maiores de prata bizantina devem ter sido originalmente mantidas em lojas anglo-saxônicas. As conexões entre Bizâncio e a Inglaterra anglo-saxônica eram mais próximas do que a maioria das pessoas pensa", acrescenta.

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Isso, nas palavras dela, seriam também como uma "flexibilização quantitativa", em que as elites liquidavam a prata armazenada em objetos valiosos e a utilizavam para cunhar moedas que circulavam de maneira mais ampla. O que "teria um grande impacto na vida das pessoas. Muito mais pessoas do que antes teriam usado dinheiro cunhado e pensado em termos de valores monetários."

Já as pratas presentes em moedas mais posteriores, datadas de entre 750 e 820 d.C., chamaram atenção por ser proveniente de Melle, na Aquitânia (atual França), no período de Carlos Magno e do Império Carolíngio.

Possivelmente, acreditam os autores, Carlos Magno teria precipitado um aumento repentino e extenso da prata de Melle, depois que impôs um controle mais rígido sobre a produção de moedas em seu reino.

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Vale mencionar que um relato da década de 860 aponta também o neto de Carlos Magno, o rei Carlos, como responsável por uma reforma na cunhagem das moedas, ao fornecer a cada casa da moeda uma pequena quantidade de prata que serviria como fundo inicial para o processo. "Suspeito fortemente que Carlos Magno fez algo semelhante com a prata Melle", pontua Naismith.