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Notícias / Arqueologia

Necrópole romana com 67 esqueletos e bens de luxo é descoberta na Itália

Restos mortais e tesouros podem se relacionar a uma vila exclusiva localizada na comuna de Tuscania, localizada no centro da Itália

Éric Moreira Publicado em 18/01/2024, às 09h29

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Túmulo contendo esqueleto e pote de cerâmica, descoberto na Itália - Divulgação/Emanuele Giannini
Túmulo contendo esqueleto e pote de cerâmica, descoberto na Itália - Divulgação/Emanuele Giannini

No centro da Itália, arqueólogos encontraram uma impressionante necrópole da era romana que continha, ao todo, restos mortais de 67 pessoas. Além disso, também foram escavados joias de ouro, restos de calçados de couro, cerâmica e outros bens preciosos.

Conforme descrito pelo Live Science, o cemitério foi encontrado na comuna de Tuscania, localizada na região do Lácio, província de Viterbo, antes da realização de obras de construção de um projeto de energia solar na região. O achado pode se relacionar a uma vila semelhante a um hotel, que teria servido no passado como ponto de passagem para viajantes considerados importantes, como autoridades provinciais.

Fotografia tirada durante escavações de necrópole em Tuscania, na Itália / Crédito: Divulgação/Emanuele Giannini

As joias, mas também o vidro, a cerâmica, o calçado, as numerosas moedas, dão-nos uma imagem de pessoas que gozavam de um certo bem-estar e podiam dar-se alguns pequenos luxos", afirma Emanuele Giannini, da empresa de arqueologia Eos Arc e líder das escavações, ao WordsSideKick.com.

Também é descrito que a maioria dos túmulos ali descobertos eram feitos no chamado estilo "cappuccina", em que eram cobertos com pedras ou ladrilhos de cerâmica em forma de A. Porém, também foram encontradas sepulturas mais simples e sem essas coberturas, além de esqueletos depositados em grandes vasos de cerâmica, e algumas evidências de cremações.

Túmulo em esilo cappuccina / Crédito: Divulgação/Emanuele Giannini

Giannini também explica que a necrópole era datada de um período em que o Império Romano vivia seu auge, entre os séculos 2 e 4 d.C., e que provavelmente era associada a uma estrutura chamada "mansio". Nesses locais, dignitários e outros funcionários do governo poderiam parar para descansar e se refrescar enquanto estivessem viajando em negócios.

Além disso, o arqueólogo conta que algumas fontes históricas mencionam uma mansão chamada Tabellaria naquela região, ao longo da via Aurelia, uma antiga estrada que ia aproximadamente de Pisa a Roma. A necrópole, por sua vez, se encontra a apenas 500 metros da mansão, o que pode apontar uma conexão entre elas.

Brincos e colar de ouro encontrados em necrópole / Crédito: Divulgação/Emanuele Giannini

Análises

Até o momento, os 67 esqueletos encontrados passaram somente por avaiações mais básicas, que determinaram somente seus sexos e idades em que faleceram. Também é sugerido que aquelas pessoas provavelmente viviam em contextos urbanos. "Descobrir quem eles eram faz parte da minha pesquisa", afirma Giannini.

Agora, Emanuele Giannini e sua equipe pretendem realizar novos estudos genéticos nos esqueletos, para descobrir mais sobre aquelas pessoas e até mesmo se os túmulos que tinham restos mortais de mais de uma pessoa poderiam ter pertencido a familiares, conforme repercutido pelo site Arkeonews.

Dois esqueletos dividindo túmulo em necrópole / Crédito: Divulgação/Emanuele Giannini

Vale mencionar que os objetos encontrados nas escavações também estão sendo analisados e, depois que essa etapa for concluída, serão encaminhados a um museu local, onde serão exibidos. "Já fizemos muito, mas ainda há muito a fazer", diz o arqueólogo.

Por fim, Giannini e sua equipe esperam que as pesquisas sejam ampliadas para que possam reconstruir a vida antiga da população que vivia naquela região. Por isso, o arqueólogo acredita que além de "ambicioso, mas realista", o projeto é fundamental para compreender melhor como era a vida durante o Império Romano.

+ O enclave circundado pela Itália que permanece inalterado desde o Império Romano