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Notícias / Mundo

No Haiti, casal americano de missionários é assassinado

Durante o ataque, que contou com 'três caminhões cheios de homens', uma terceira pessoa também foi morta

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 24/05/2024, às 19h40

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Davy e Natalie Lloyd, casal de missionários americanos assassinados no Haiti - Reprodução/Facebook
Davy e Natalie Lloyd, casal de missionários americanos assassinados no Haiti - Reprodução/Facebook

Um casal de missionários americanos foi assassinado por membros de gangues criminosas em Porto Príncipe, capital do Haiti, após serem sequestrados ao deixarem uma atividade de jovens em uma igreja local.

A notícia foi divulgada nesta sexta-feira pelos familiares das vítimas e pela organização religiosa à qual pertenciam. Uma terceira pessoa também foi morta durante o ataque, ocorrido na noite da última quinta-feira, 23, na comunidade de Lizon, ao norte de Porto Príncipe.

As vítimas foram identificadas como Davy e Natalie Lloyd, segundo postagem no Facebook de Ben Baker, pai de Natalie e deputado estadual do Missouri. A terceira vítima, identificada pela mídia americana, foi Jude Montis, diretor haitiano do grupo religioso. Em uma publicação no Facebook, a organização Missões do Haiti afirmou que as mortes ocorreram por volta das 21h no horário local (22h em Brasília).

"Meu coração está em pedaços", escreveu Baker nas redes sociais.

Nunca senti essa dor antes. A maioria de vocês sabe que minha filha e meu genro, Davy e NatalieLloyd, eram missionários em tempo integral no Haiti. Eles foram atacados por gangues esta noite e ambos foram mortos. Eles foram juntos para o Céu."

O perfil de Natalie no Facebook mostrava que o casal se casou em junho de 2022 e que ela começou a trabalhar com a organização missionária em agosto do mesmo ano. Natalie frequentemente postava fotos de crianças haitianas em sua página. A Missões do Haiti publicou que o casal foi emboscado por uma gangue composta por três caminhões cheios de homens quando deixava uma igreja.

Ainda não se sabe qual gangue foi responsável pelo crime. No entanto, a AP informou que a área é controlada por um líder criminoso conhecido como Chyen Mechan ("cão mau" em crioulo haitiano), cujo nome verdadeiro é Claudy Célestin, um ex-funcionário do Ministério do Interior do Haiti. Outra figura influente na região é General Jeff. Ambas as gangues fazem parte da coalizão Viv Ansanm ("Viver Juntos").

Conforme a AP, essa organização criminosa tem conduzido ataques de grande escala contra a infraestrutura governamental desde fevereiro. As gangues atacaram delegacias, abriram fogo no principal aeroporto internacional, que ficou fechado por quase três meses, e invadiram as duas maiores prisões do país, libertando mais de 4 mil detentos.

Reação da Casa Branca

Nesta sexta-feira, a Casa Branca expressou condolências e pediu o envio rápido de forças policiais internacionais aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU para a região.

Um porta-voz de segurança nacional dos EUA disse à CNN que a Missão de Apoio à Segurança Multinacional (MSS) deve reforçar as capacidades locais para "proteger civis, restaurar o Estado de direito e preparar o caminho para a governança democrática".

Nossos corações estão com as famílias das vítimas enquanto enfrentam uma dor inimaginável", disse o porta-voz à CNN. "A situação de segurança no Haiti é urgente."

Em uma conferência na quinta-feira com o presidente do Quênia, William Ruto, o presidente americano Joe Biden defendeu a decisão de não enviar tropas dos EUA ao Haiti, argumentando que isso poderia levantar "questões que poderiam ser facilmente mal interpretadas". Ruto prometeu que o próximo envio de tropas do Quênia ao Haiti visa acabar com as "gangues que semeiam o caos no país".

Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, também expressou suas condolências, classificando o incidente como "mais um exemplo da violência que atinge a todos no Haiti".


*Sob supervisão;